terça-feira, 21 de dezembro de 2010

FELIZ E SANTO NATAL PARA VOCÊS AMIGOS E FAMÍLIA
APROVEITEM A VIDA E AJUDEM-SE UNS AOS OUTROS, APRECIEM CADA MOMENTO, AGRADEÇAM, NÃO DEIXEM NADA POR DIZER, NADA POR FAZER!''
António Feio

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CANCRO DO PULMÃO

QUEM ESTÁ EM RISCO
Muitas vezes, o médico não consegue explicar porque é que uma pessoa desenvolve cancro e outra não. No entanto, a investigação demonstra que determinados factores de risco aumentam a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver cancro do pulmão, estando a maioria relacionada com o uso de tabaco.
  • Cigarros: fumar cigarros provoca cancro do pulmão. Determinadas substâncias existentes no tabaco, chamadas carcinogéneos, danificam as células dos pulmões. Com o passar do tempo, as células danificadas podem tornar-se cancerígenas. A probabilidade que um fumador tem de desenvolver um tumor, é afectada pela idade com que começou a fumar, durante quanto tempo fumou, qual o número de cigarros que fuma ou fumou por dia e qual a profundidade da inalação. Parar de fumar reduz bastante o risco de uma pessoa desenvolver cancro do pulmão.
  • Charutos e cachimbos: os fumadores de charutos e cachimbo, apresentam um risco mais elevado de ter cancro do pulmão do que os não fumadores. O número de anos que a pessoa fumou, o número de charutos ou cachimbos que fuma ou fumou por dia e a profundidade da inalação, são factores que afectam o risco de desenvolver cancro do pulmão. Mesmo os fumadores de charutos e de cachimbo, que não inalam o fumo, apresentam um risco aumentado de ter cancro do pulmão, da boca ou outro tipo de cancro.
  • Exposição ao fumo de tabaco ambiente (fumador "passivo"): a probabilidade de desenvolver cancro do pulmão, aumenta com a exposição ao fumo de tabaco ambiente, ou seja, o fumo que está no ar, quando outra pessoa fuma. À exposição ao fumo de tabaco ambiente, ou fumador em segunda-mão, chama-se fumador involuntário ou passivo.
  • Radão: o radão é um gás radioactivo que não se vê, não se cheira e não tem sabor. Forma-se no solo e nas rochas. As pessoas que trabalham em minas podem estar expostas ao gás radão. Em algumas zonas do país, encontra-se radão. As pessoas expostas ao radão apresentam um risco aumentado para terem cancro do pulmão.
  • Amianto: corresponde a um grupo de minerais que existem, naturalmente, como fibras e são usados em certas indústrias. As fibras de amianto tendem a quebrar-se facilmente, em partículas que podem flutuar no ar e que facilmente se "agarram" à roupa. Quando as partículas são inaladas, podem alojar-se nos pulmões, danificando as células e aumentando o risco de cancro do pulmão. Os estudos demonstraram que os trabalhadores expostos a grandes quantidades de amianto, apresentam um risco de contrair cancro do pulmão 3 a 4 vezes maior do que para trabalhadores não expostos. Esta exposição foi observada em diversas indústrias, como a da construção de navios, minas e fabrico de amianto, trabalhos de isolamento e reparação de travões. O risco de cancro do pulmão é, ainda maior, nos trabalhadores do amianto que também fumam. Os trabalhadores do amianto devem usar o equipamento de protecção fornecido pelos seus empregadores e seguir as práticas de trabalho recomendadas, bem como os procedimentos de segurança.
  • Poluição: está identificada a ligação entre o cancro do pulmão e a exposição a certos poluentes do ar, como os sub-produtos da combustão do diesel e outros combustíveis fósseis. No entanto, esta relação ainda não está bem definida e, como tal, continua a ser estudada.
  • Doenças pulmonares: determinadas doenças pulmonares, como a tuberculose (TB), aumentam a possibilidade de uma pessoa ter cancro do pulmão. O cancro do pulmão tende a desenvolver-se em zonas do pulmão que apresentam cicatrizes de TB.
  • História pessoal: é mais provável que uma pessoa que já tenha tido cancro do pulmão, desenvolva um segundo cancro do pulmão, comparativamente a uma pessoa que nunca teve. Deixar de fumar, logo que o cancro do pulmão é diagnosticado, pode prevenir o desenvolvimento de um segundo cancro do pulmão.
As causas e formas de prevenção do cancro do pulmão continuam a ser estudadas. No entanto, sabemos que a melhor forma de prevenir o cancro do pulmão é deixar de fumar (ou nunca começar). Quanto mais cedo deixar de fumar, melhor. Mesmo que tenha fumado durante muitos anos, nunca é tarde demais para beneficiar dos benefícios de deixar de fumar.

LINHA DE APOIO AO CANCRO

LINHA CANCRO 
linha de apoio à pessoa com cancro 

TEL:808255255 

linhacancro@ligacontracancro.pt 


Leia mais:
» Dadores de medula aumentam em Portugal
» Cancro: falta de meios ameaça «ruptura»
» Cancro: descoberta anima investigadores lusos
» Cancro: portuguesas descobrem mutação
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) chegou à internet, com nova imagem, com o objectivo de ajudar mais doentes oncológicos e familiares. Através do site e do endereço de email (linhacancro@ligacontracancro.pt) a Linha Cancro pretende chegar a todos os doentes oncológicos.
Desde que foi criada, em 2007, a Linha Cancro (808 255 255) recebe cerca de doze chamadas por dia, sendo que sete em cada dez em 2008 foram feitas por mulheres à procura de informações sobre o cancro da mama. Em 2008, a Linha recebeu 7222 chamadas, sendo que seis em cada dez foram feitas por doentes.
Os doentes, familiares e amigos ligam quer a pedir informações sobre a doença e os seus efeitos secundários, quer para ouvir uma voz amiga.
Do outro lado do serviço de apoio telefónico a doentes oncológicos e a familiares afectados pela doença, encontram-se psicólogos e enfermeiros que informa, tranquilizam e educam quem tem dúvidas sobre a doença, os tratamentos, os serviços de apoio e outras informações.

SAIBA O QUE É O CANCRO E QUAIS OS FACTORES DE RISCO

O que é o cancro? Como preveni-lo?

Saiba o que é o cancro, como pode ser detectado precocemente e quais os factores de risco.

O tempo é determinante no combate ao cancro. Informe-se e, pela sua saúde, consulte o médico quando suspeitar dessa situação. Quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro.
O que é o cancro?
A palavra cancro é utilizada genericamente para identificar um vasto conjunto de doenças que são os tumores malignos.
Os tumores malignos são muito diversos, havendo causas, formas de evolução e tratamentos diferentes para cada tipo. Há, porém, uma característica comum a todos eles: a divisão e o crescimento descontrolado das células.
Todos os tumores são cancros?
Não.
Existem dois tipos de tumores: os benignos e os malignos. Neoplasia é também uma designação frequente para tumor.
Os tumores malignos, ao contrário dos tumores benignos, possuem duas características potenciais, que podem ou não estar expressas na altura em que a doença é diagnosticada:
Podem-se espalhar por metástases, isto é, aparecer tecido tumoral noutros órgãos diferentes daquele de onde se origina (por exemplo: fígado, pulmão, osso, etc);
Podem infiltrar outros tecidos circunvizinhos, incluindo órgãos que estão próximos.
Os tumores malignos são aqueles a que normalmente chamamos cancro. As doenças cancerosas são também designadas por oncológicas.
Como surge o cancro?
O cancro surge quando as células normais se transformam em células cancerosas ou malignas. Isto é, adquirem a capacidade de se multiplicarem e invadirem os tecidos e outros órgãos.
A carcinogénese, o processo de transformação de uma célula normal em célula cancerosa, passa por diferentes fases. As substâncias responsáveis por esta transformação designam-se agentes carcinogéneos. São exemplos de carcinogéneos as radiações ultravioletas do sol, os agentes químicos do tabaco, etc.
Para que se desenvolva um cancro é necessário que, de forma cumulativa e continuada, se produzam alterações celulares durante um largo período de tempo, geralmente durante anos.
Como resultado, cresce o número de células que apresentam alterações de forma, tamanho e função e que possuem a capacidade de invadir outras partes do organismo.
Como é que se diagnostica um cancro?
Um cancro pode ser suspeitado a partir de várias pistas: as queixas que o doente refere, a observação médica, diversos exames médicos (análises, TAC - tomografias axiais computorizadas e muitos outros – a definir consoante a circunstância) ou as achadas numa cirurgia.
Mas para confirmar o diagnóstico de um cancro é geralmente necessário uma amostra do tumor (biópsia). A análise dessa amostra permite determinar se a lesão é um cancro ou não. Este estudo dos tecidos (análise histológica) permite classificar e saber, na maioria dos casos, quais são os tecidos e as células das quais provém o tumor e quais são as características das mesmas. Por vezes é possível diagnosticar ou suspeitar de um cancro através da análise de células colhidas em locais de acesso superficial (citologia exfoliativa de, por exemplo, o colo do útero) ou por punção com aspiração das células (citologia aspirativa) Estes factores são fundamentais para determinar o tratamento mais adequado em cada caso.
Quais são os tipos de cancro?
Os cancros classificam-se de acordo com o tipo de células avaliado pela anatomia patológica, em:
Carcinoma - Tumor maligno que se origina em tecidos que são compostos por células epiteliais, ou seja, que estão em contacto umas com as outras, formando estruturas contínuas, como, por exemplo, a pele, as glândulas, as mucosas. Aproximadamente 80 por cento dos tumores malignos são carcinomas.
Sarcoma - Tumor maligno que tem origem em células que estão em tecidos de ligação, por exemplo ossos, ligamentos, músculos, etc. Nestes, as células estão unidas por substância intercelular e não são epitélios, são tecidos conjuntivos.
Leucemia - Vulgarmente conhecida como o cancro no sangue. As pessoas com leucemia apresentam um aumento considerável dos níveis de glóbulos brancos (leucócitos). Neste caso, as células cancerosas circulam no sangue e não há normalmente um tumor propriamente dito.
Linfoma - Cancro no sistema linfático. O sistema linfático é uma rede de gânglios e pequenos vasos que existem em todo o nosso corpo e cuja função é a de combater as infecções. O linfoma afecta um grupo de células chamadas linfócitos. Os dois tipos de linfomas principais são o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin.
É possível detectar o cancro precocemente?
Alguns tipos de cancro podem ser detectados precocemente.
A detecção precoce e o tratamento adequado imediato levam ao prolongamento do tempo de vida. Quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro.
Quais são os métodos de detecção precoce?
Consoante o tipo de tumor existem exames que podem permitir uma detecção precoce de alguns cancros. Para alguns tumores justifica-se a realização de exames de rotina a toda a população em risco para a detecção precoce de neoplasia. O tipo de exame varia consoante o tumor que se procura. Por exemplo, mamografia (radiografia das mamas) para o cancro da mama feminina ou citologia (exame das células) do colo do útero ou, ainda, pesquisa de sangue nas fezes para o cancro do intestino grosso (cólon). Nem todos os tumores justificam exames de rotina para a sua detecção em população sem sintomas ou sinais de suspeição. O seu médico saberá quais os exames indicados e os momentos adequados para os fazer.
Quais são os sintomas a que se deve estar atento?
Os sintomas que acompanham com maior frequência os diferentes tipos de cancro e para os quais deve estar atento são:
Nódulo (caroço) ou dureza anormal no corpo. A maioria dos nódulos ou úlceras pode dever-se a manifestações benignas, mas não deve descurar a hipótese de se tratar de uma lesão maligna.
Dor persistente no tempo (que não desaparece com analgésicos) e da qual deve informar o seu médico.
Sinal ou verruga que se modifica.
Perda anormal de sangue ou outros líquidos. Uma hemorragia vaginal, urinária, pelas fezes, na expectoração, etc., pode ser um sintoma de uma doença benigna, mas também pode ser sintoma de um tumor maligno que se origina no útero, vagina, cólon ou pulmão.
Tosse ou rouquidão persistente. Tosse ou rouquidão que persiste mais de duas semanas e que não desaparece com tratamento sintomático deve ser analisada por um otorrinolaringologista. Deve ter especial atenção se é fumador.
Alteração nos hábitos digestivos, urinários ou intestinais. Na maioria das ocasiões pode tratar-se de uma lesão benigna. A modificação dos hábitos intestinais, a alternância dos mesmos e a alteração da cor das fezes podem indicar a necessidade de um estudo para descartar a existência de um cancro colorectal.
Perda de peso não justificada. A perda de peso sem fazer dieta, mantendo os mesmos hábitos alimentares e sem aumentar a actividade física deve ser valorizada.
Que testes de rastreio devem ser feitos?
De acordo com uma Recomendação do Conselho da União Europeia à Comissão e aos Estados Membros, devem ser feitos os seguintes testes de rastreio:
Rastreio do cancro do colo do útero: realização do Teste de Papanicolau - a iniciar entre os 20 e os 30 anos;
Rastreio do cancro da mama: realização de mamografia nas mulheres com idades compreendidas entre os 50 e os 69 anos;
Rastreio do cancro colorectal: pesquisa de sangue oculto nas fezes em homens e mulheres com idades compreendidas entre os 50 e os 74 anos.
A ocorrência de determinadas doenças prévias no indivíduo e, especialmente, a ocorrência de determinadas doenças oncológicas em familiares próximos podem justificar um plano de rastreio diferente, a definir pelo médico
Factores de risco e formas de prevenção
De acordo com o código europeu contra o cancro (CECC).
Fumar. Não fume. Se é fumador, deixe de o ser o mais rapidamente possível. Não fume na presença de não fumadores.
Obesidade. Evite a obesidade.
Pratique, diariamente, exercício físico.
Aumente a ingestão diária de vegetais e frutos e limite a ingestão de alimentos contendo gorduras animais.
Modere o consumo de bebidas alcoólicas, tais como cerveja, vinho e bebidas espirituosas.
Evite a exposição demorada ou excessiva ao sol. É importante proteger as crianças, os adolescentes e os adultos com tendência para queimaduras solares.
Cumpra as instruções de segurança relativas a substâncias ou ambientes que possam causar cancro.
As mulheres devem participar no rastreio do cancro do colo do útero (Papanicolau).
As mulheres devem participar no rastreio do cancro da mama.
As mulheres e os homens devem participar no rastreio do cancro do cólon e do recto.
Participe em programas de vacinação contra a Hepatite B de acordo com as normas da Direcção-Geral da Saúde.
Consulte
Rede de Referenciação Hospitalar de Oncologia - (Adobe Acrobat - 802 Kb)Site da Liga Portuguesa contra o Cancro

CANCÊR DA LARINGE PARA TODO O MUNDO QUE FUMA TOMAR CUIDADO

Assunto: Câncer de laringe, pra todo mundo que fuma tomar cuidado 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO CÂNCER DE LARINGEO carcinoma espino-celular é o tumor que mais freqüentemente acomete a laringe (cerca de 90% dos casos), e restringiremos nossa discussão a ele.A laringe pode e deve ser dividida em andares quando nos referimos a tumores, pois não só suas manifestações são distintas, como também seu comportamento. Assim, subdividimos a laringe em andar supraglótico, glótico e subglótico.Embora exista alguma controvérsia na literatura, normalmente o andar glótico é o mais acometido, seguido pelo supraglótico. O subglótico é raramente acometido primariamente.O diagnóstico preciso da extensão do tumor é fundamental para um tratamento radical e com máxima preservação funcional. Desta forma, utilizamos em nosso Serviço um protocolo de investigação baseado no exame físico, laringoscopia e tomografia computadorizada para um adequado estadiamento e caracterização do mesmo.LEUCOPLASIASSão lesões brancas da mucosa que podem acometer qualquer região da laringe, embora sejam mais freqüentes nas pregas vocais. São consideradas pré-malignas, embora a presença de tumor ocorra em menos de 20% dos casos. Representam uma resposta tecidual à agressão repetida, via de regra pelo tabaco, refluxo gastroesofágico e álcool.Com relação às leucoplasias glóticas, em nosso Serviço preconizamos um minucioso exame laringoscópico com estroboscopia. É importante caracterizarmos sua extensão, relevo, limites e enrijecimento. Nesse aspecto, a estroboscopia representa uma importante arma diagnóstica, pois permite avaliação indireta da profundidade da lesão através do comprometimento da vibração da mucosa da prega vocal pelo acometimento do espaço de Reinke (camada superficial da lâmina própria).Na ausência de onda mucosa, consideramos que existe acometimento do espaço de Reinke e que a lesão é fortemente suspeita de malignidade (ver lesões invasivas).Na presença de onda mucosa, supomos tratar de uma lesão mais superficial, com menos probabilidade de um carcinoma. Deste modo, procuramos identificar e afastar todos os fatores potencialmente agressivos para esta laringe e prescrevemos o uso de beclometasona spray oral (dose: aspiração de 1 jato de 250 mcg 3 vezes ao dia) e vitamina A (dose: 2 cp de 50.000 UI 2 vezes ao dia) durante 3 semanas. Após esse período é realizada nova avaliação:a) se houver algum grau de regressão, mantemos o tratamento por mais 3 semanas, reduzindo a dose de vitamina A para 100.000 UI diárias. Reavaliamos o paciente a cada 3 semanas até sua regressão completa. Caso o processo de regressão se interrompa, procedemos como abaixo:b) se não houver regressão da lesão, indicamos sua remoção. Não aconselhamos as biópsias através das pinças flexíveis dos fibroscópios, uma vez que o fragmento obtido é pequeno, pode ser superficial ou pouco representativo, existindo razoável probabilidade de falso negativo. Mesmo sua positividade pode não caracterizar adequadamente o caráter da lesão ("in situ", micro-invasivo ou invasivo). Desta forma, preconizamos a retirada de toda lesão através de microcirurgia de laringe (decorticação) e sua fixação em um pedaço de papelão com identificação de seu posicionamento (anterior, medial, superior e profundo). Encaminhamos então a peça para exame anátomo-patológico de toda sua extensão sob congelação. Dessa forma, praticamente anulamos a possibilidade de resultado falso negativo. Caso seja detectada a presença de carcinoma, ampliamos a ressecção por via endoscópica, utilizando bisturi de alta freqüência ou Laser CO2 (ver tumores invasivos). Na ausência de malignidade, orientamos quanto aos fatores agressores e mantemos beclometasona oral por mais 30 dias em dose menor (aspiração de 1 jato de 250 mcg 2 vezes ao dia), aguardando a reepitelização da prega vocal.Para leucoplasias localizadas na mucosa de outras regiões da laringe preconizamos tratamento semelhante. Entretanto, pelo fato de geralmente não provocarem sintomatologia específica e pela impossibilidade de supormos seu grau de invasão profunda, indicamos ressecção cirúrgica mais precocemente, com a retirada da mucosa de revestimento e estudo histológico por congelação.Uma vez comprovada a presença de tumor maligno, duas modalidades de tratamento devem ser consideradas: a ressecção cirúrgica e a radioterapia. Classicamente, tem ocorrido resistência aos quimioterápicos, mas recentes protocolos de quimioterapia associada à radioterapia têm mostrado resultados promissores. A radioterapia no tratamento dos tumores laríngeos é um método que procura preservar o órgão e suas funções, entre elas, a qualidade vocal. Oferece curabilidade semelhante à cirurgia nos casos precoces, mas nos avançados, seu controle tem sido menor do que com cirurgia. Nesses casos, o controle é melhor com a associação de radioterapia (com ou sem quimioterapia) após a ressecção cirúrgica.Para definirmos o tratamento é fundamental o adequado estadiamento da lesão. Consideramos que os dados fornecidos pela laringoscopia e pela tomografia computadorizada sejam suficientes para uma precisa caracterização do tumor primário e das drenagens cervicais (ver tratamento dos linfonodos cervicais). Ainda realizamos rotineiramente radiografia de tórax e pan-endoscopia para pesquisa de metástase à distância e de um segundo tumor primário.TUMOR PRIMÁRIOCom relação ao tratamento do tumor primário, dividimos os tumores em carcinoma "in situ" e micro-invasivo, tumor precoce (T1 e T2) e tumor avançado (T3 e T4).Carcinoma "in-situ" e micro-invasivoSão as formas mais precoces do carcinoma espino-celular, caracterizando-se por não acometer a membrana basal do epitélio (carcinoma "in-situ") ou acometer sem ultrapassar a membrana basal (micro-invasivo). No tratamento cirúrgico dessas lesões a ressecção isolada da mucosa acometida já é adequada, preservando-se os tecidos profundos adjacentes. Na prega vocal, o procedimento indicado nesses tumores superficiais é a decorticação da mesma, onde a mucosa é retirada até o plano do espaço de Reinke. A utilização do laser acoplado ao microscópio cirúrgico é de grande utilidade nestes casos. É importante salientar que toda a peça deve ser encaminhada para análise histológica (se possível através de congelação durante o ato operatório), na procura de algum sítio de lesão invasiva, para que se possa programar uma ressecção adequada. Após a ressecção evitamos a aproximação da mucosa, aguardando a reepitelização local por segunda intensão, o que facilita na identificação de recidivas. Reavaliamos o paciente com laringoscopias a cada mês durante os 3 primeiros meses, a cada 3 meses nos 2 primeiros anos e a cada 6 meses até completar 5 anos de tratamento. Caso surja qualquer nova evidência de tumor, indicamos sua remoção.Alguns autores preconizam a realização de biópsia da lesão por endoscopia, ao invés de retirá-la. No caso de detectar um carcinoma "in-situ" ou micro-invasivo, indicam radioterapia em doses moderadas em substituição à ressecção cirúrgica local. Esse tratamento resulta em controle semelhante à ressecção cirúrgica, com resultados funcionais superiores (principalmente com relação à qualidade vocal). Entretanto, existe uma agressão biológica considerável em um território geralmente mais extenso do que a lesão. Ainda, pode existir um sítio de carcinoma invasivo não detectado pela biópsia, e a dose radioterápica pode ser insuficiente. Também questiona-se a possibilidade da transformação para um carcinoma invasivo induzido pela radiação. Desta forma, nossa opção tem sido pelo tratamento cirúrgico (ressecção local), mesmo em lesões extensas e com múltiplos focos. Mesmo na falha do tratamento inicial, temos preferido nova ressecção, reservando a radioterapia a casos de difícil controle ou em pacientes sem condições cirúrgicas.Carcinoma invasivo inicial (T1 e T2)No tratamento dos carcinomas invasivos são necessários tratamentos mais agressivos do que para as lesões superficiais.Radioterapia: Mais uma vez, a radioterapia em doses plenas apresenta curabilidade semelhante à cirurgia e, por oferecer boa qualidade vocal, tem sido o tratamento de escolha por alguns autores. Entretanto, deve-se lembrar que nas lesões com acometimento da comissura anterior ou diminuição da mobilidade da prega vocal, o controle radioterápico tem se mostrado inferior à cirurgia. Ainda, o diagnóstico da recidiva pós-radioterapia muitas vezes é tardio, seja por edema persistente ou por dificuldade de interpretação das biópsias, sendo que em alguns casos perde-se o momento adequado para realização de uma cirurgia parcial. Deste modo, o tratamento que inicialmente pretendia preservar a voz pode culminar com a ressecção total da laringe.Em nosso Serviço sempre oferecemos as duas possibilidades de tratamento para o paciente, porém damos preferência para o tratamento cirúrgico, exceto para pacientes muito idosos, com condições clínicas precárias ou em tumores que, embora precoces, apresentem peculiaridades que impeçam as ressecções parciais da laringe.Laringectomias Parciais: As laringectomias parciais, quando corretamente indicadas, oferecem controle oncológico local semelhante à ressecção total da laringe. Embora ofereçam qualidade vocal inferior à radioterapia, oferecem a preservação da voz laríngea com maior segurança, uma vez que temos a peça cirúrgica para ser estudada e ainda possibilita o uso da radioterapia como opção para recidivas.As ressecções parciais da laringe baseiam-se nas barreiras anatômicas e embriológicas da laringe, sendo distintas para os tumores supraglóticos (laringectomias parciais horizontais) e glóticos (parciais verticais):Tumores SupraglóticosDevido à origem embriológica distinta das estruturas supraglóticas (3o e 4o arcos) e glóticas/subglóticas (5o e 6o arcos), o tumor supraglótico invade tardiamente as pregas vocais. Quando o faz, é considerado um tumor avançado devido ao acometimento do espaço paraglótico. Deste modo, em tumores precoces é possível a ressecção das estruturas supraglóticas preservando-se a glote e subglote.Em nosso Serviço, indicamos a laringectomia supraglótica clássica para os tumores precoces dessas estruturas. Entretanto, atualmente, com a aquisição do bisturi de alta frequência e do laser cirúrgico (CO2), temos dado preferência às ressecções endoscópicas (epiglotectomia, ressecção de banda ventricular, etc) com controle histológico das margens cirúrgicas por congelação. São ressecções mais econômicas que propiciam uma reabilitação mais fácil para o paciente.Na ressecção clássica, os pacientes apresentam certo grau de aspiração e dificuldade inicial de deglutição, pois perdem grande parte das estruturas esfincterianas da laringe. 

INFORMAÇÃO SOBRE O GRUPO LARINGECTOMIZADOS DE ALMADA

Morada: Hospital Garcia de Orta - 3.º Piso
(Junto aos elevadores)
Avenida Torrado da Silva
2801-951 Pragal - Almada
Horário de Permanência: Segundas, Quartas e Quintas-Feiras das 10 às 12 horas.
Telefone: 91 599 99 03
E-mail: laringect.almada@sapo.pt' o:on="t">
Visita Domiciliária:
Agora o Grupo de Laringectomizados de Almada também presta apoio aos Laringectomizados e família através da deslocação às suas casas.
PÁGINA INICIAL
Caro(a) visitante

Bem vindo à página de internet do Grupo de Laringectomizados de Almada.
Esta página tem como objectivo divulgar o Grupo de Laringectomizados de Almada, nomeadamente sobre a designação do seu Movimento, as suas Actividades e os seus Projectos. Conheça melhor o trabalho desenvolvido por este Grupo.

LARINGECTOMIZADOS COM O APOIO DA MovApLar NÚCLEO REGIONAL DO SUL

MovApLarNúcleo Regional do Sul  Horário de funcionamento: todas as 3ªs e 5ª feiras, das 10 às 13.00 horas.
                                                                                            No I.P.O. de Lisboa
Como sabemos, o Laringectomizado não é um indivíduo sem voz, porque praticamente todos os Laringectomizados podem conseguir exprimir-se por uma voz de substituição, conseguida
Pela aprendizagem da voz esofágica;
Por comunicação através de ajuda vocal electrónica;
Por técnicas cirúrgicas ou por colocação prévia de uma prótese vocal.

Em qualquer das situações, temos que ter permanentemente presente que é necessária

FORÇA DE VONTADE

Daí ter sido adoptado pelo MovApLar um lema que sintetiza este factor importante em três expressões curtas:

EU PENSO – EU QUERO – EU FALO

Os objectivos do MovApLar são os seguintes:

· Colaborar nas campanhas de prevenção desenvolvidas pela Liga, na sua área específica;
· Levar aos futuros ou recém-operados, bem como as suas famílias, o apoio emocional;
· Visitar, apoiar confortar estes doentes, durante a sua hospitalização e, em colaboração total com a equipa médica que os trata, entusiasmá-los a iniciar a aprendizagem da sua voz;
· Incitar estes doentes a fazer a sua reinserção na vida familiar e social, promovendo contactos com antigos operados recuperados;
· Apoiar os Laringectomizados na aquisição de meios de protecção.

TROCA DE AMIZADES DE LARINGECTOMIZADOS

amigo Orlando
gostei imenso da sua mensagem,já agora eu sou o Fernando Nelhas da Silva
53 anos e fui operado em 29 Setembro de 2007 no IPO neste momento estou
com uma ligeira infecção das vias respiratorias, mas penso que rapidamente
vai passar, sou voluntario no IPO e contacto com doentes antes e depois da
operação.
Antes para os tentar preparar para os que os espera e depois no apoio moral.
Fico contente com o seu trabalho no HPV espero que tenha mais amigos a
dar-lhe apoio.
Amigo Orlando eu não consegui ver os seus Blogues porque não me mandou
os endereços dos respectivos,so tendo os endereços e que posso visita-los.
Agradecia pois que mos enviasse assim que lhe for possivel.
Fico pois a aguardar noticias suas amigo Orlando
Grande abraço
Fernando Nelhas


2009/4/24 orlando manuel goncalves monteiro monteiro <orlandomgmonteiro@live.com.pt
Ora muito boa tarde amigo FERNANDO SILVA inicialmente vou-me apresentar sou Orlando Monteiro tenho 60 anos de idade e sou um LARINGECTOMIZADO fui operado no dia 10 de Janeiro de 2007 uma LARINGECTOMIA TOTAL no hospital pulido valente a vida cotinua a maior dificuldade é as secreções no entanto tudo bem dando um passo cada dia falo por voz esofágica rasoavelmente é claro que não tem nada como antes. Fiquei muito satisfeito quando recebi a sua mensagemespero que já tenha ido aos blogues eu não percebo nada de internet nem de computadores no entanto sempre vai dando para entreter a dizer mal das coisas que me queriam matar. Amigo a finalidade é conseguir o maior contacto com doentes da patalogia da voz e tentar dar oportunidade aos que vierem até a mim por estemeio poderem se sentir felizes e fazerem-me a mim tambem.Espero contar consigo com apoio a levarmos isto para a frente olhe que com presistencia consegui quese realiza-se o 1º encontro de LARINGECTOMIZADOS do HPV que se fez no dia MUNDIAL DA VOZ no dia 16 deste mês fico a aguardar noticias suas esperando que se encontre em forma receba um forte abraço. ORLANDO MONTEIRO

Paralisia das cordas vocais

Paralisia das cordas vocais
CAUSAS
As cordas vocais movem-se graças à acção dos músculos laríngeos, controlados pelo sistema nervoso. Os impulsos que regem os seus movimentos são gerados no córtex cerebral, passando posteriormente para o bulbo raquidiano, onde se encontra o núcleo de origem do nervo vago ou X par craniano. Este nervo, para além de controlar a mobilidade de inúmeros órgãos internos, emite ramificações específicas que inervam os músculos da laringe: o nervo laríngeo superior, que rege a mobilidade do músculo cricotiróideo, e o nervo laríngeo inferior ou nervo recorrente, que faz o mesmo com o resto da musculatura que acciona as cordas vocais. A paralisia das cordas vocais pode ser provocada por um problema em qualquer ponto deste circuito. De qualquer forma, só em casos excepcionais é que se trata de uma patologia do sistema nervoso central, embora possa ser originada por traumatismos, tumores e acidentes vasculares cerebrais ou corresponder a apenas mais uma manifestação de doenças neurológicas difusas. Contudo, o mais frequente é ser provocada por uma alteração que interrompe a transmissão dos estímulos no nervo vago ou de algum dos nervos laríngeos, podendo tratar-se de uma alteração difusa que afecta estes nervos entre outros, no decurso de um processo inflamatório (neurite) originado por uma infecção, normalmente viral, ou como consequência de uma intoxicação (chumbo, arsénico). Na maioria dos casos, trata-se de uma compressão ou lesão em algum ponto do seu percurso. De qualquer forma, os nervos que regulam os movimentos das cordas vocais podem ser comprimidos perante o desenvolvimento de tumores situados no pescoço ou no tórax (cancro broncopulmonar, do esófago, da tiróide) ou por lesões resultantes de traumatismos cranianos ou vertebrais. De facto, existem inúmeras patologias desta zona que podem provocar a paralisia de uma corda vocal ou de ambas, em casos mais raros, existindo situações em que um dos nervos é acidentalmente danificado durante uma intervenção cirúrgica - por exemplo, na extracção da tiróide no decurso do tratamento de um cancro desta glândula.
MANIFESTAÇÕES
A paralisia unilateral costuma manifestar-se através de uma alteração característica na emissão dos sons denominada voz bitonal, em que cada corda vocal vibra com uma tensão distinta. Embora seja praticamente impossível falar alto, não costuma provocar grandes problemas respiratórios, pois a corda vocal saudável mantém-se activa e a passagem de ar nunca fica completamente obstruída.
Em caso de paralisia bilateral, a situação é diferente, tanto no que diz respeito à fonação como à respiração. Por um lado, a voz tem uma intensidade muito limitada, apesar de manter uma boa qualidade. Por outro lado, como as cordas vocais paralisadas não conseguem dobrar-se até às paredes da laringe, a abertura da glote não é total, podendo permanecer fechada, com graves repercussões para a respiração. Quando a fenda entre ambas as cordas vocais fica semiaberta, permitindo a passagem de alguma quantidade de ar, provoca uma dificuldade respiratória de intensidade variável, acompanhada por um ruído rude em cada respiração. Mas, quando a glote fica praticamente fechada, origina uma insuficiência respiratória de máxima gravidade que necessita de um tratamento de urgência.
TRATAMENTO
A terapêutica baseia-se, sobretudo, em eliminar a causa, quer seja através da administração de anti-inflamatórios, para tratar a inflamação de um nervo, ou mediante o recurso à cirurgia, para libertá-lo no caso de se encontrar comprimido por um tumor. No entanto, isto nem sempre é possível devido ao desconhecimento da causa da paralisia ou por esta se dever a uma lesão irreversível de um nervo laríngeo. Nestes casos, só é possível empreender as medidas mais adequadas para corrigir as alterações da fonação ou solucionar os problemas respiratórios.
Na paralisia unilateral, na maioria dos casos de evolução espontânea favorável, pode ser útil o paciente praticar exercícios de terapia da fala para fortalecer a corda vocal ilesa e, assim, alcançar uma melhoria da voz. Quando o problema se prolongar ou for irreversível, pode-se recorrer à cirurgia, procedendo-se, por exemplo, ao implante de material sintético do tipo teflon na corda vocal afectada.
Na paralisia de ambas as cordas vocais, o tratamento visa solucionar a consequente insuficiência respiratória, por vezes tão grave que coloca em perigo a vida do paciente. Neste caso, o médico pode ver-se obrigado a efectuar uma traqueostomia, ou seja, uma abertura da traqueia, mediante uma incisão no pescoço, de modo a introduzir uma cânula que permita o acesso do ar aos pulmões.

TIPOS DE NÓDULOS E PÓLIPOS DAS CORDAS VOCAIS

Nódulos e pólipos das cordas vocais
TIPOS
Um nódulo corresponde a um tumor reduzido e especificamente localizado do tamanho de uma cabeça de alfinete. Na maioria dos casos, a formação de nódulos simétricos em ambas as cordas vocais no sítio de maior fricção das mesmas é provocada pelo forçar da voz, normalmente no ponto de união do terço anterior e dos dois terços posteriores. O pólipo é uma formação também pequena; mas, embora de tamanho variável, é sempre maior do que os nódulos, pois pode atingir o tamanho de uma ervilha. O tumor sobressai da corda vocal e tende a dilatar-se durante o seu crescimento, até que a massa fica unida à sua superfície através de um pedúnculo. Na maioria dos casos, apenas se forma um único pólipo. No entanto, por vezes, podem-se constituir duas ou mais formações.
CAUSAS
A formação dos nódulos e dos pólipos é provocada pela irritação repetida ou persistente das cordas vocais. Habitualmente, são originados por uma má utilização ou abuso da voz, mas também pela acção de substâncias irritantes. A má utilização da voz consiste, regra geral, na utilização de um timbre ou de um tom de voz forçado, sobretudo quando se utiliza artificialmente uma frequência baixa, enquanto que o abuso consiste simplesmente em vociferar. De facto, em alguns casos, estas lesões aparecem em crianças que costumam comunicar através de gritos, em vendedores ambulantes que apregoam com insistência a sua mercadoria e em telefonistas, oradores, políticos, cantores e professores que, para se fazerem ouvir, têm de levantar o tom de voz, abusando das frequências baixas e provocando tensão das cordas vocais e a sua repetida fricção num ponto localizado, o que dá origem a uma tumefacção nessa zona, com a possível formação de um nódulo. Esta situação acaba por conduzir a uma proliferação exagerada de fibras no tecido conjuntivo, com o consequente desenvolvimento de um pólipo. Pode ter consequências semelhantes a uma inflamação crónica das cordas vocais, devido a inalação repetida de substâncias irritantes, sobretudo o fumo do tabaco, mas também aos pós e vapores presentes no ar. É muito comum estas doenças afectarem os fumadores ou pessoas que trabalham em ambientes repletos de fumo e pó.
MANIFESTAÇÕES
O sintoma mais típico é a rouquidão, que em termos médicos se denomina disfonia, tratando-se de uma característica alteração do timbre ou das habituais qualidades da voz.
Os nódulos costumam originar uma rouquidão de intensidade variável, por vezes muito intensa. Em alguns casos, quando se abusa pontualmente da voz, transforma-se numa verdadeira afonia, que quase impossibilita a fala, não permitindo cantar. No entanto, não costuma provocar qualquer outro tipo de problemas.
Por outro lado, os pólipos costumam provocar, para além da rouquidão, uma tosse irritante e, se forem muito volumosos, podem chegar a obstruir o interior da laringe, levando a uma dificuldade respiratória de maior ou menor intensidade. 0 grau de disfonia varia de caso para caso, consoante o tamanho e a localização dos tumores, mas também pode passar por grandes alterações no mesmo paciente, conforme a posição adoptada pelos pólipos quando pendem de um pedúnculo que lhes concede um maior ou menor grau de mobilidade.
TRATAMENTO
A primeira medida terapêutica essencial para parar a progressão das lesões consiste em eliminar a causa, quer esta seja a má utilização da voz ou a exposição a substâncias irritantes.
Em caso de nódulos, é fundamental a colaboração de um terapeuta da fala que ensine exercícios para reeducar a voz, um requisito indispensável para travar a evolução do problema e, por vezes, suficiente para o atenuar. Quando as alterações da voz são intensas ou têm tendência para piorar, imprescindível manter a voz em repouso, sendo bastante úteis as inalações de vapor. O médico também  pode indicar a utilização de anti-inflamatórios potentes, do grupo dos costicosteróides, com o intuito de alcançar uma rápida melhoria da voz. Caso os problemas não melhorem ou piorem com frequência, pode ser necessário efectuar uma intervenção cirúrgica para extrair os nódulos.
Relativamente aos pólipos, o problema apenas se costuma resolver através da cirurgia. De qualquer forma, é igualmente importante evitar os factores causadores, com vista a impedir a sua recorrência - neste sentido, é muito útil efectuar sessões com um terapeuta da fala para reeducar a voz.
A intervenção efectua-se com técnicas de microcirurgia que permitem eliminar unicamente os tumores através de bisturi ou mediante a utilização de laser, respeitando as restantes cordas vocais. Trata-se de uma operação que exige muita perícia do cirurgião e não provoca grandes problemas ao paciente, pois realiza-se sob anestesia local e, em muitos casos, nem sequer necessita de hospitalização. Após uma curta convalescença, a voz regressa ao normal, ainda que o cirurgião indique, por vezes, sessões com o terapeuta da fala para favorecer a recuperação.

LARINGOSCOPIA

Laringoscopia

Laringoscopia indirecta. É o método mais utilizado, pois é fácil de se realizar, sendo igualmente pouco incómodo para o paciente e proporciona ao médico muitas informações sobre o estado da laringe e das cordas vocais. Consiste em observar o interior da laringe através de um pequeno espelho circular unido a um longo cabo que se introduz até a garganta, colocando-o inclinado sobre a parte posterior do palato: ao iluminar o espelho com uma lâmpada ou com um feixe de luz reflectido num espelho à sua frente, o médico consegue observar a laringe. Geralmente, antes de se efectuar o exame, pulveriza-se um anestésico local sobre a garganta, para evitar o aparecimento de náuseas ou o desencadeamento do reflexo do vómito perante a introdução do espelho em profundidade.
Laringoscopia directa. caso, utiliza-se um instrumento especial, denominado laringoscópio, um tubo composto por um sistema óptico através do qual, uma vez introduzido na boca, é possível observar-se com precisão a laringe. Existem vários modelos de laringoscópios, uns mais rígidos, outros mais flexíveis. Quando se utiliza um laringoscópio rígido é preciso efectuar o exame sob anestesia geral; quando se utiliza um laringoscópio flexível, normalmente, é suficiente a aplicação de um sedativo suave. Durante a laringoscopia directa, o médico pode introduzir através do tubo pinças e outros instrumentos, o que possibilita a remoção de amostras dos tecidos (biopsia) e a realização de pequenas intervenções cirúrgicas.
Resultados. O médico obtém uma informação imediata sobre o estado da laringe - normalmente, o suficiente para fazer o diagnóstico. Caso se trate de uma laringoscopia directa, pode-se anexar uma câmara de vídeo ao aparelho, para observar as imagens ampliadas num monitor. Contudo, quando se efectua uma biopsia, podem ser necessários vários dias até se conhecer o resultado.

LARINGITE AGUDA

Laringite
LARINGITE AGUDA
Esta forma de laringite corresponde a uma inflamação da mucosa laríngea de origem infecciosa, apresentando-se subitamente e com uma curta duração, pois tende a resolver-se de maneira espontânea ao fim de alguns dias ou pouco mais de uma semana. Os microrganismos responsáveis pela inflamação podem chegar à laringe directamente do exterior com o ar inspirado, mas muitas vezes são provenientes de uma infecção prévia nas fossas nasais ou na faringe, surgindo como uma complicação de uma rinite ou de uma faringite. Por outro lado, habitualmente, a laringite aguda pertence ao quadro clínico de doenças infecciosas, tais como a gripe, o sarampo ou a tosse convulsa, podendo igualmente surgir ao longo de um processo inflamatório generalizado das vias aéreas inferiores (laringotraqueobronquite).
Existem alguns factores que favorecem a infecção da faringe, na medida em que provocam uma redução nos seus mecanismos de defesa, como é o caso da exposição ao frio ou das alterações bruscas de temperatura - daí que a doença seja mais frequente no Inverno. Existem outros factores que, para além de originarem uma certa predisposição para a doença, podem provocar uma inflamação da mucosa que reveste o canal, incluindo as cordas vocais presentes no seu interior: o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, respirar ar repleto de fumo, pó ou vapores irritantes, o abuso ou a má utilização da voz. É por isso que os fumadores, os alcoólicos, as pessoas que têm uma actividade laboral que os obriga a forçar a voz em excesso (como os professores ou os vendedores ambulantes) e os trabalhadores em atmosferas contaminadas sem a devida protecção têm uma certa predisposição para sofrerem de episódios repetidos de laringite aguda.
Manifestações e evolução. Inicialmente, a doença costuma manifestar-se com os sintomas típicos de uma infecção das vias aéreas superiores: dor de cabeça, cansaço, dores musculares e febre, por vezes associados a secreções nasais próprias de uma rinite ou a uma dor de garganta presente na faringite. A inflamação da laringe provoca uma súbita alteração da voz, com a típica rouquidão ou até com afonia, além de uma sensação de aspereza na garganta, que produz rouquidão e tosse seca.
Os sintomas descritos mantêm-se ou acentuam-se durante alguns dias, mas acabam rapidamente por ceder, enquanto a tosse seca transforma-se em tosse produtiva para desaparecer completamente ao fim de uma semana ou dez dias após o seu início.
Diagnóstico e tratamento. O médico não costuma ter dificuldade em diagnosticar uma laringite aguda, pois basta efectuar uma laringoscopia indirecta, através da introdução de um pequeno espelho na garganta do paciente, para visualizar o reflexo da tumefacção da mucosa laríngea no mesmo. Somente em alguns casos raros é necessário solicitar outros exames complementares, tais como um escuto radiológico ou um exame directo e cultural da expectoração para identificar o microrganismo responsável pela infecção.
O tratamento baseia-se em manter a voz em repouso durante alguns dias e na eliminação de qualquer factor irritante (tabaco, álcool, atmosferas contaminadas), aos quais se pode adicionar a administração de medicamentos anti-inflamatórios e anti-sépticos, se for necessário, através de aerossóis ou gargarejos, fármacos antitússicos (contra a tosse), antipiréticos (contra a febre) e antibióticos, embora estes últimos apenas sejam prescritos em caso de infecção bacteriana. Outras medidas muito úteis para reduzir os problemas ao longo do tratamento da doença são a prática de inalações de vapor de água e uma abundante ingestão de líquidos.
EPIGLOTITE AGUDA
A epiglotite aguda corresponde a uma inflamação súbita da mucosa que reveste a epiglote, a cartilagem encarregue de cobrir a entrada do canal durante a deglutição. Trata-se de uma doença potencialmente grave, pois a inflamação da epiglote pode obstruir mecanicamente a via aérea e provocar grande dificuldade em respirar, ou seja, um quadro de insuficiência respiratória aguda que pode determinar uma asfixia fatal, caso não se proceda ao seu tratamento adequado. A doença costuma afectar as crianças entre os 2 e os 5 anos, sendo rara após os 10 anos de idade. Geralmente, é provocada por uma infecção bacteriana iniciada noutra parte do tracto respiratório (rinite, faringite), sendo o Haemophilus influenzae o microorganismo responsável pela maioria dos casos.
Manifestações. Embora a epiglotite aguda seja, maioritariamente, uma complicação de uma rinite ou de uma faringite, o seu início costuma ser súbito e fulminante, antes de se evidenciarem os sintomas da doença nasal ou faríngea. A criança que até esse momento se encontrava bem é subitamente afectada por dores de garganta, febre elevada, rouquidão e, sobretudo, por uma intensa dificuldade respiratória. A criança não consegue engolir, pois a saliva acumula-se na boca, mostra-se muito nervosa e apresenta sinais evidentes de grande dificuldade na inspiração, com um notório esforço da musculatura respiratória, fácil de detectar pela retracção dos músculos intercostais e supraclaviculares. Caso não se efectue o seu tratamento de urgência, pode-se estabelecer rapidamente uma insuficiência respiratória fatal.
Tratamento. O tratamento deve ser imediatamente iniciado e requer o internamento hospitalar da criança: embora passe pela administração de antibióticos, com vista a combater o microrganismo causador, o mais importante é assegurar a permeabilidade da via aérea até que a inflamação ceda. Regra geral, procede-se a uma intubação nasotraqueal, mediante a introdução de um fino tubo flexível pelo nariz até à traqueia, ainda que também se possa efectuar uma traqueotomia, como alternativa, numa situação de emergência. A inflamação tende a ceder rapidamente e a intubação pode ser retirada ao fim de um ou dois dias; porém, a recuperação completa leva alguns dias, durante os quais é recomendável que a criança permaneça hospitalizada sob vigilância.
LARINGITE AGUDA SUBGLÓTICA: CRUPE
Esta forma de laringite, que afecta as crianças mais pequenas, especialmente entre os 6 meses e os  3 anos de  idade, costuma ser provocada por uma infecção viral. Caracteriza-se por uma inflamação aguda da mucosa laríngea, predominantemente por baixo das cordas vocais, podendo ocasionalmente alastrar para a traqueia e para os brônquios (laringotraqueobronquite).
Tendo em conta que nas crianças pequenas a laringe é um canal muito mais estreito do que nos adultos, uma inflamação das suas paredes provoca grandes dificuldades à passagem do ar até aos pulmões, podendo obstruí-lo por completo. Trata-se de uma situação muito grave, porque pode originar um quadro de asfixia.
Manifestações. A doença costuma manifestar-se subitamente através de uma intensa dificuldade respiratória nas crianças afectadas por uma infecção das vias respiratórias superiores, sendo normalmente banal. Na maioria dos casos, costuma surgir durante a noite, provocando o despertar da criança, com o aparecimento de uma tosse típica semelhante a um latido, de rouquidão e de uma evidente dificuldade respiratória, que se intensifica durante a inspiração. As inspirações são longas, sendo acompanhadas por um ruído rude e agudo, denominado "estridor laríngeo", com um notório esforço da musculatura respiratória fácil de detectar, sobretudo pelo adejo nasal e pela retracção dos músculos intercostais e supraclaviculares. A doença, que pode ser mais ligeira ou mais grave conforme os casos, persiste entre três a cinco dias, durante os quais parece melhorar durante as manhãs e piorar ao longo das noites. Por vezes, o esforço para respirar esgota a criança, que mostra sinais inequívocos de sofrimento, e a sua respiração torna-se cada vez mais superficial. Caso a inflamação laríngea seja muito intensa, pode impedir a chegada de ar suficiente aos pulmões, o que provoca um défice de oxigenação do sangue, traduzido numa coloração azulada da pele e das mucosas, sobretudo nos lábios e extremidades. Nestes casos, se a situação não for rapidamente solucionada, a criança pode sofrer uma alteração do estado de consciência e entrar em coma, podendo morrer em consequência da asfixia.
Tratamento. Como não se pode prever a evolução da doença, impõe-se uma actuação terapêutica imediata, sempre que a situação necessitar de uma pronta intervenção. É, portanto, necessário levar a criança a um serviço de urgência. Enquanto se aguarda pela ajuda profissional, é fundamental manter um ambiente tranquilo e evitar que a criança chore, pois estará muito assustada e tanto o choro como o nervosismo podem agravar a dificuldade respiratória. Também é conveniente que a criança respire num ambiente húmido (por exemplo, no banho, ao deixar correr a água do duche).
Quando a criança já estiver sob vigilância médica, deve-se recorrer administração de potentes anti-inflamatórios corticosteróides, de modo a diminuir a inflamação laríngea e solucionar a obstrução da passagem de ar para os pulmões. Nos casos ligeiros ou moderados, o tratamento pode efectuar-se na própria casa; contudo, nos casos mais graves, é necessário o internamento hospitalar. Por vezes, a administração de fármacos não é suficiente para assegurar a passagem de ar para os pulmões, o que implica a realização de uma intubação traqueal, ou seja, a introdução através da boca ou do nariz da criança de um tubo plástico flexível que atravessa a laringe até a traqueia. Em alguns casos, a inflamação laríngea é tão grande que é necessário proceder-se a uma traqueostomia, ou seja, a uma incisão na traqueia, através do pescoço, de modo a introduzir directamente uma cânula no seu interior e permitir que o ar aceda aos pulmões. A criança deve permanecer internada, sob constante vigilância, até que a inflamação ceda e se possa retirar o tubo, o que pode levar dois ou três dias.
LARINGITE CRÓNICA
A laringite crónica corresponde a uma inflamação persistente da mucosa laríngea, às vezes com muitos anos de evolução, normalmente provocada por infecções agudas repetidas. Afecta essencialmente as pessoas que estão em constante exposição a factores irritantes: tabaco, álcool, ambientes repletos de fumo, pó e vapores irritantes, abuso ou má utilização da voz... A inflamação provoca, além de uma tumefacção da mucosa laríngea, uma abundante produção de secreções, factores responsáveis pelas manifestações.
Tipos. Na maioria dos casos, trata-se de uma laringite crónica, na qual o problema apenas se evidencia, sem gerar alterações no epitélio da sucosa laríngea. Todavia, noutros casos, a inflamação crónica provoca uma modificação do dito epitélio, originando outros tipos de doença. De facto, é possível que o epitélio sofra um desenvolvimento exagerado e anómalo, o que caracteriza a laringite crónica hiperplásica. Por vezes, transforma-se num epitélio queratinizado, no qual as suas células produzem queratina, uma proteína dura própria da superfície cutânea ou das unhas; nestas circunstâncias, a doença denomina-se laringite crónica hiperqueratósica. Esta distinção é muito importante, pois considera-se que tanto a laringite crónica hiperplásica como a hiperqueratósica apresentam uma predisposição para o desenvolvimento de um cancro da laringe, enquanto que a laringite crónica raramente sofre malignização.
Manifestações. Seja qual for o seu tipo, a doença provoca sintomas típicos que se manifestam de maneira mais ou menos progressiva: rouquidão persistente, sensação de incómodo na garganta que incita a expectoração e uma tosse seca duradoura. A evolução depende bastante da origem da doença, tendo em conta que o problema se pode prolongar ao longo de  meses  ou anos sem que  o factor  causador seja eliminado, chegando a manter-se de maneira contínua durante toda a vida, caso não se actue de forma eficaz. O principal perigo corresponde ao eventual desenvolvimento de um cancro da laringe.
Tratamento. A medida terapêutica básica corresponde a eliminação do factor causador: deixar de fumar, reduzir o consumo de álcool, evitar o abuso da voz, aprender a controlá-la com a ajuda de um terapeuta da fala e tomar as medidas apropriadas para evitar a exposição a substâncias irritantes presentes na atmosfera do ambiente laboral. Esta é a única forma de solucionar o problema e evitar complicações a longo prazo. O médico pode receitar medicamentos para atenuar os sintomas, mas apenas como medida complementar à eliminação do factor causador.

CAUSAS NA LARINGE QUANDO OBSTRUIDA POR CORPOS ESTRANHOS

Laringe - obstrução por corpos estranhos

CAUSAS
O problema pode surgir simplesmente quando um pedaço de alimento, em vez de ser engolido com normalidade e continuar o seu percurso pelo aparelho digestivo, é desviado para as vias respiratórias. Na deglutição, a epiglote movimenta-se e cobre a laringe, impedindo a entrada dos alimentos, mas este reflexo pode falhar se ao engolir é efectuada uma inspiração profunda, por exemplo, ao rir enquanto se come. Como é óbvio, qualquer objecto de pequenas dimensões que se leve a boca pode acidentalmente ter o mesmo destino. Este tipo de acidente dá-se com frequência nas crianças, sobretudo entre o primeiro e o terceiro ano de vida, quando são muito curiosas e não hesitam em levar à boca tudo o que encontram.
Nos adultos, o corpo estranho pode ser um pedaço de alimento, mas também qualquer pequeno objecto que se ponha momentaneamente na boca enquanto se realiza uma tarefa que requer a utilização de ambas as mãos (uma tampa ou uma rolha, por exemplo), sendo igualmente possível a entrada de uma prótese dentária.
SINTOMAS E CONSEQUÊNCIAS
Sempre que um objecto penetra na laringe, consoante a sua forma e tamanho, pode ficar encravado no interior ou passar para a traqueia obstruindo-a; pode igualmente penetrar na árvore brônquica. Caso o seu tamanho seja muito reduzido e com poucas arestas, é possível que chegue até algum brônquio, o que, apesar das graves consequências, não provoca a obstrução total da passagem de ar até aos pulmões, pois pelo menos um e normalmente parte de outro permanecerão a funcionar com normalidade. Por outro lado, caso o objecto fique apenas parcialmente retido na laringe ou na traqueia, mesmo quando se sofre de uma sensação de angústia, a vítima continuará a respirar e, provavelmente, irá sofrer um ataque de tosse, um reflexo destinado a libertar os obstáculos da via aérea, apesar de por vezes não o conseguir.
Todavia, caso o corpo estranho obstrua totalmente o canal, pode impedir a chegada de ar aos pulmões e produzir uma situação de asfixia.
De início, a pessoa permanece consciente, mostrando-se ansiosa e agitada em virtude da impossibilidade de falar; posteriormente, fica pálida e com suores, o seu pulso acelera e começa a explicar o que lhe aconteceu, elevando as mãos à garganta e gesticulando. Caso a asfixia se prolongue, a falta de oxigenação origina cianose, ou seja, a coloração azulada da pele e das mucosas, sendo particularmente perceptível nos lábios e nas extremidades, provocando finalmente a perda de consciência. A vida encontra-se em grave perigo e apenas uma intervenção urgente pode evitar a morte.
Nas mãos de um médico, a situação pode resolver-se com a extracção do corpo estranho: se este estiver localizado na primeira parte da laringe, pode ser removido simplesmente com pinças; porém, se se encontrar mais abaixo, são necessários instrumentos mais complexos. No entanto, para além do profissional contar com os instrumentos necessários, o essencial é chegar a tempo. Por isso, e como a situação não admite qualquer atraso, o mais provável é que a vida da vítima dependa da acção imediata de uma testemunha do acidente, a qual se deve converter num socorrista improvisado.
PRIMEIROS SOCORROS
Caso a obstrução seja parcial e a vítima possa inalar ar suficiente para tossir, deve-se aguardar algum tempo antes de agir, pois normalmente a tosse consegue expulsar o corpo  estranho. No entanto, se a tosse não surtir efeito ou se a obstrução for total, deve-se agir de imediato e solicitar ajuda médica sempre que se suspeitar que a situação pode não ser solucionada apenas com os primeiros socorros. É possível o recurso a duas técnicas: a percussão torácica e a compressão abdominal.
Percussão torácica. A primeira tentativa de ajuda consiste na aplicação de golpes nas costas da vítima, entre as omoplatas. Se estiver consciente, a manobra pode ser efectuada com a vítima de pé ou de preferência numa posição sentada e inclinada para a frente, com a cabeça entre os joelhos. Se estiver inconsciente terá que se colocar a boca para baixo. Em algumas situações, é possível expulsar o objecto das vias respiratórias com enérgicas palmadas; caso contrário, terá que se passar à manobra seguinte.
Técnica da compressão abdominal. Esta técnica, conhecida como manobra de Heimlich, baseia-se na realização de uma brusca compressão no abdómen da vítima, de modo a elevar o diafragma e provocar indirectamente um aumento de pressão nos pulmões, gerando uma súbita corrente de ar na via aérea capaz de remover o corpo estranho e expulsá-lo para o exterior. Caso a vítima esteja consciente, de pé ou sentada, o socorrista deverá colocar-se, em primeiro lugar, por trás desta e passar os braços por baixo das suas axilas. Em seguida, deve colocar o punho na linha média do abdómen, por cima do umbigo, com o polegar dirigido para a parede abdominal, e colocar a outra mão aberta sobre o punho. Depois de deixar que o tronco da vítima se incline para a frente, deve-se efectuar uma brusca compressão para dentro e para cima; caso não se tenha sucesso na primeira tentativa, terá que se repetir a manobra até a remoção do corpo estranho. Se a vítima estiver inconsciente e não for possível colocá-la numa posição em que se mantenha sentada, a manobra pode ser realizada deitando-a de barriga para cima sobre uma superfície plana e dura. O socorrista deverá colocar-se de joelhos ao nível das coxas da vítima, de modo a olhar para a sua cara, e colocar as mãos cruzadas sobre o abdómen, com os braços estendidos, para que a sua brusca inclinação para a frente seja suficiente para efectuar a compressão.