quinta-feira, 5 de abril de 2012



Vírus humano melhora eficácia da quimioterapia contra cancro da cabeça e pescoço


A ocorrência natural de um vírus humano inofensivo pode ser capaz de melhorar os efeitos de duas drogas quimioterápicas usadas nalguns pacientes com cancro, de acordo com um estudo publicado pelo Institute of Cancer Research, no Reino Unido, avança o portal ISaúde.

RT3D, cujo nome comercial é Reolysin®, é um novo medicamento que se baseia num vírus (reovírus tipo 3 Dearing) que se encontra no trato respiratório e gastrointestinal dos adultos, sem causar quaisquer sintomas.

Os resultados mostram que a abordagem tem a capacidade de crescer dentro de certos tipos de células cancerosas e de matá-las, mas não atinge células normais.

Estudos anteriores mostraram que o fármaco pareceu ampliar os efeitos da quimioterapia com platina e taxano sobre as células tumorais.

O líder da pesquisa Kevin Harrington e seus colegas da Universidade de Leeds deram início a testes com injecção de RT3D por via intravenosa, em combinação com quimioterápicos carboplatina e paclitaxel em 31 pacientes com cancros avançados que tinham parado de responder ao tratamento padrão.

Numa fase inicial, o estudo realizado em pacientes com uma variedade de cancros avançados mostrou que a combinação de drogas era segura. Foram encontrados efeitos colaterais leves e consistentes com a quimioterapia sozinha.

Pacientes com cancro da cabeça e pescoço apresentaram as melhores respostas. Os tumores encolheram em cerca de um terço dos pacientes que foram avaliados, e a doença se estabilizou em outro terço dos pacientes. Num paciente, todos os sinais da doença desapareceram.

"Encontramos taxas de resposta realmente muito impressionantes nesses pacientes. Estes são pacientes cujos cancros eram desenvolvidos, apesar de uma grande quantidade de tratamento anterior, incluindo quimioterapia baseada em platina. O tratamento prolongou a sobrevivência média dos pacientes para uma média de sete meses em comparação com quatro meses no tratamento padrão", diz Harrington.

O estudo descobriu ainda que o vírus não se espalhou após o tratamento. Isso significa que as pessoas poderiam receber a droga em ambulatório, já que não foi encontrado nenhum risco de transmissão do vírus.

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