sexta-feira, 27 de abril de 2012

Boca e Garganta



O câncer oral é o que tem início na cavidade bucal, o que inclui lábios, o revestimento interno da boca (mucosa bucal), os dentes, gengivas, os primeiros dois terços da língua, a parte da boca que fica debaixo da língua (soalho da boca), o céu da boca (palato duro) e a área atrás dos dentes do siso, o trígono retromolar.
O câncer orofaríngeo é o que se desenvolve na parte da garganta que fica logo atrás da boca, chamada de orofaringe. Ela inclui a base da língua (o último terço da língua), o palato mole, as amígdalas e os pilares e as paredes laterais e posterior da garganta (paredes faríngeas laterais e parede faríngea posterior). Glândulas salivares menores da boca e da garganta produzem saliva, que mantém a boca umedecida e ajudam na digestão dos alimentos.
A boca e a garganta participam de vários processos, entre eles a respiração, fala, alimentação, mastigação e deglutição. Ambas contêm vários tipos de células e tecidos e diferentes tipos de tumores podem se desenvolver a partir de cada tipo de célula. Essas diferenças são importantes porque influenciam o tratamento e o prognóstico (chance de sobrevivência) do paciente.
Alguns desses tumores são benignos, isto é, não invadem outros tecidos nem se disseminam para outros órgãos do corpo. Outros são cancerosos, podem invadir tecidos vizinhos e atingir outros órgãos do corpo. Há ainda crescimentos celulares que de início são inofensivos, mas que mais tarde podem se tornar cancerosos. São conhecidos como lesões cancerizáveis.

Tumores benignos
Os tumores benignos incluem lesões de células gigantes, fibroma, queratoacantoma, leiomioma, osteocondroma, lipoma, schwannoma, neurofibroma, papiloma, papilomatose (HPV), granuloma piogênico e rabdomioma, bem como os tumores odontogênicos. O tratamento básico para essas condições é a remoção cirúrgica, através da boca, sem incisões externas, já que a recorrência é pouco provável.

Leucoplasia, eritroplasia e displasia
Leucoplasia e eritroplasia são termos que descrevem áreas anormais na boca e garganta. A leucoplasia é uma área esbranquiçada. A eritroplasia é uma área avermelhada, levemente elevada, geralmente assintomática, que não sai quando raspa-se sobre a lesão. Na maior parte dos casos, o achado é incidental, durante o exame clínico realizado por médico ou por dentista.
A gravidade da leucoplasia ou da eritroplasia só pode ser determinada por um exame clínico complementado, quando necessário, por uma biópsia, ou seja, a análise microscópica de uma amostra de tecido. Algumas vezes essa avaliação pode ser feita por meio de citologia exfoliativa, técnica na qual a lesão é descamada com um instrumento e as células assim obtidas são analisadas ao microscópio, mas os resultados não são confiáveis como os da biópsia.
Essas áreas esbranquiçadas ou avermelhadas podem ser cancerosas ou uma lesão cancerizável chamada displasia pode estar presente. Em muitos casos, particularmente de leucoplasia, o achado pode descartar a possibilidade de câncer. Há formas brandas, moderadas ou severas de displasia, que se distinguem umas das outras pelo quanto parecem anormais ao microscópio. Saber o grau de displasia ajuda a prever qual a probabilidade de a lesão evoluir para um câncer, desaparecer sozinha ou com tratamento. Geralmente, a displasia desaparece se o fator que a causa é eliminado. As causas mais freqüentes são o hábito de fumar e/ou mascar tabaco. A irritação provocada por dentes ásperos, superfícies irregulares em obturações, coroas ou dentaduras contra a língua ou interior das bochechas pode causar leucoplasia ou eritroplasia. Tratamentos com retinóides (substâncias derivadas da síntese de vitamina A) aplicadas às lesões podem ajudar a eliminar algumas áreas de displasia e evitar o aparecimento de outras. A vitamina A também pode ser usada no tratamento.
A gravidade da leucoplasia e da eritroplasia pode ser determinada com precisão apenas pela biópsia, mas há várias outras formas de saber se trata-se de câncer ou não. Um método usado para escolher o local da biópsia é o emprego de um corante chamado azul de toluidina que é espalhado sobre a área suspeita. Se houver câncer, o tecido maligno ficará azul. Há outras doenças que também determinam esta coloração. Somente a biópsia permite a diferenciação com segurança.
Na maioria das vezes, a leucoplasia é uma condição benigna que raramente evolui para câncer. Cerca de 25% das leucoplasias, porém, ou são cancerosas quando detectadas ou envolvem alterações pré-cancerosas que evoluem para câncer em 10 anos se não forem tratadas adequadamente. Geralmente, a eritroplasia é mais séria e 70% a 95% dessas lesões são cancerosas à época da biópsia inicial ou vão evoluir para câncer.
Pode ser necessário também medir o conteúdo de DNA da leucoplasia ou eritroplasia. Se o conteúdo de DNA é normal, a chance de desenvolver câncer é pequena, embora isso possa ocorrer. Mas, se a quantidade de DNA é anormal - geralmente DNA demais - a possibilidade de o câncer se desenvolver é alta.

Tipos de câncer de boca e garganta
Mais de 90% dos cânceres de boca e garganta são carcinomas de células escamosas, também chamados de carcinomas espinocelulares ou ainda carcinomas epidermóides. Células escamosas são achatadas, e normalmente revestem a cavidade bucal e a garganta. O carcinoma espinocelular começa como um conjunto de células escamosas anormais. A forma inicial do carcinoma de células escamosas é chamado de carcinoma in situ, isto é, o câncer só está presente nas células da camada de revestimento, chamada de epitélio. Um carcinoma espinocelular invasivo significa que as células do câncer penetraram em camadas mais profundas da cavidade bucal e da orofaringe.
O carcinoma verrucoso é uma variante do carcinoma espinocelular que responde por menos de 5% dos tumores da boca. É um câncer de baixa agressividade, que raramente produz metástases, mas que pode se espalhar profundamente pelos tecidos vizinhos. Assim, a remoção cirúrgica do tumor com boa margem de tecidos ao redor é recomendada nesses casos.
Cânceres das glândulas salivares menores podem se desenvolver nas glândulas encontradas logo abaixo do revestimento da boca e da garganta. Há vários tipos de cânceres das glândulas salivares menores, incluindo carcinoma adenocístico ou adenóide cístico, carcinoma mucoepidermóide e adenoma pleomórfico, que serão discutidos em outra seção.
Embora sejam raros, os sarcomas são tumores originados dos tecidos de sustentação e sua história natural e tratamento são distintos dos carcinomas.
As amígdalas e a base da língua contêm tecido do sistema imunológico (linfóide) que também pode desenvolver câncer: linfomas não-Hodgkin, linfomas não-Hodgkin - infantis e linfoma de Hodgkin.
O tratamento e prognóstico dos pacientes com câncer das glândulas salivares menores e linfomas são diferentes dos pacientes de carcinomas espinocelulares e não vão ser discutidos aqui. O restante deste documento refere-se apenas aos carcinomas espinocelulares de boca e garganta.
No Brasil, são esperados este ano cerca de 10 mil novos casos de câncer de boca em homens e 3.400 em mulheres. Não existem estatísticas específicas sobre câncer de garganta.
Nos Estados Unidos, devem ser registrados 30.990 novos casos de câncer de boca e garganta, sendo 20.180 em homens e 10.810 em mulheres, com um total de 7.430 mortes projetadas para o mesmo período. Entre os americanos, o número de casos da doença vem caindo nos últimos 20 anos, a uma velocidade de 1% ao ano. A taxa de mortalidade desses cânceres também está em queda desde os anos 70.
Os locais mais comuns de câncer na boca são a língua (26%) e o lábio (23%), principalmente o inferior. Outros 16% são encontrados no soalho da boca e 11% nas glândulas salivares menores. O restante é encontrado nas gengivas e outros locais. Esses cânceres podem ocorrer em pessoas jovens, mas são raros em crianças. Cerca de um terço dos pacientes têm menos de 55 anos.
A incidência de câncer de boca varia de país para país. Ele é muito mais comum na França, Hungria e Índia, por exemplo, do que nos Estados Unidos e muito mais raro no México e no Japão. Cientistas que estudam a doença atribuem essas diferenças a fatores de risco ambientais e comportamentais.
Nos países não-desenvolvidos, os cânceres de boca estão entre os três mais comuns. No Brasil, é o quinto em incidência, mas infelizmente, por aqui 80% dos tumores são diagnosticados em estádio já avançado e apenas 20% são detectados precocemente, durante exame médico ou odontológico.
Pacientes recém-diagnosticados podem apresentar outro tumor em áreas próximas como a laringe, o esôfago (que liga a garganta ao estômago) ou pulmão. Daqueles curados do câncer de boca ou garganta, entre 10% e 40% podem desenvolver outro câncer num desses órgãos ou um segundo câncer da cavidade bucal ou garganta mais tarde. Por essa razão, é importante que esses pacientes sejam monitorados pelo resto da vida e evitem o cigarro e a bebida, que aumentam o risco desses outros cânceres.
Muitos casos de câncer de boca e garganta podem ser diagnosticados precocemente durante exames médicos ou dentários de rotina ou mesmo por auto-exame. Alguns cânceres produzem sintomas logo no início, levando o paciente a procurar o médico, mas infelizmente muitos só provocam sintomas quando atingem um estádio avançado ou então causam sintomas que parecem ser de outro problema, como dor de dente, por exemplo.
Check-ups dentários que incluem o exame da boca são importantes para a detecção precoce de lesões pré-cancerosas e do câncer de boca e de garganta. Médicos e dentistas também recomendam pelo menos um auto-exame mensal em que as pessoas procurem pelos sinais e sintomas listados abaixo com o auxílio de um espelho.

Sinais e Sintomas
A existência de qualquer dos sinais e sintomas abaixo pode sugerir a existência de câncer, mas nesse caso o médico deverá pedir outros exames, para confirmar ou não o diagnóstico. Muitos desses sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos de câncer ou por doenças menos graves, benignas. É importante consultar o médico ou o dentista se qualquer desses sintomas persistir por mais de 2 semanas. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores as chances de sucesso:
  • * Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
  • * Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
  • * Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
  • * Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
  • * Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
  • * Dificuldade para mastigar ou engolir
  • * Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
  • * Dormência da língua ou outra área da boca
  • * Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
  • * Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
  • * Mudanças na voz
  • * Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
  • * Perda de peso
  • * Mau hálito persistente

Exames
- Histórico médico completo: o primeiro passo em qualquer avaliação médica é reunir informações sobre sintomas, fatores de risco e outros problemas médicos.
- Exame físico: o médico deve fazer um exame físico completo e procurar certas anormalidades que possam ser causadas por câncer de boca ou garganta, como nódulos no pescoço ou anomalias dos nervos da face e boca.
- Consulta com um especialista: se houver motivo para suspeitar de câncer, seu médico ou dentista irá indicar um especialista, um cirurgião de cabeça e pescoço para uma avaliação mais completa.
- Exame completo de cabeça e pescoço (incluindo nasofaringoscopia, faringoscopia e laringoscopia): Como a orofaringe (garganta) fica dentro do pescoço e não pode ser vista facilmente, são usados tubos flexíveis, com fibras ópticas, luz na ponta e espelhos para examinar essas áreas. A faringoscopia e a laringoscopia indiretas consistem no uso de pequenos espelhos para visualizar a faringe, base da língua e laringe. A laringoscopia direta é feita com fibras ópticas. Como os pacientes com câncer de boca e garganta têm maior risco de apresentar tumores em outras áreas da cabeça e pescoço, a região atrás do nariz, a laringe e os gânglios linfáticos do pescoço precisam ser examinados atentamente.
- Panendoscopia ou endoscopia tríplice (incluindo laringoscopia, esofagoscopia e broncoscopia): se as chances de um câncer de cabeça e pescoço são altas, pode ser feito um exame completo da boca, garganta, laringe, esôfago, traquéia e brônquios. Esse exame, chamado panendoscopia ou endoscopia tríplice, é feito no centro cirúrgico com anestesia geral.
Por causa do risco significativo de um segundo câncer nos pacientes com tumores de boca e garganta, o médico também avalia laringe e esôfago e possivelmente a traquéia e os brônquios. O especialista também pode aproveitar a oportunidade para remover amostras de tecidos para análise, se isso ainda não foi feito no consultório.
- Citologia exfoliativa: esta técnica é semelhante à do exame de Papanicolaou. O médico raspa a lesão suspeita e espalha o tecido coletado sobre uma lâmina. A amostra recebe um corante e é analisada ao microscópio. Se essas células parecerem anormais, uma biópsia será feita. A vantagem desta técnica é que, além de simples, permite a análise de lesões com aparência minimamente anormal, abrindo caminho para diagnóstico precoce. No entanto, este método não detecta todos os cânceres e nem sempre é possível distinguir entre as células cancerosas e células não-cancerosas (displasia).
- Biópsia incisional: ela pode ser feita no consultório ou centro cirúrgico, dependendo da localização do tumor. Se a biópsia for feita no consultório, a região receberá anestesia local. Se o tumor estiver na parte de trás da boca ou no fundo da garganta, o procedimento será feito em centro cirúrgico com anestesia geral.
- Biópsia por aspiração com agulha fina (BAAF): se o paciente apresenta um caroço (nódulo) no pescoço, uma agulha fina pode ser introduzida no local para remover células que posteriormente serão analisadas ao microscópio. A biópsia por aspiração com agulha fina pode ser utilizada em várias situações diferentes. O exame pode mostrar que o nódulo aumentado é resultado de uma infecção ou se trata de um cisto benigno, que pode ser removido cirurgicamente. Se os resultados são benignos, mas o paciente apresenta sintomas de câncer, uma endoscopia tríplice pode ser necessária. Se a BAAF revela a presença de células cancerosas, o médico geralmente pode dizer de que tipo é. Se for um linfoma (câncer dos nódulos linfáticos) ou um câncer que se espalhou para os gânglios do pescoço a partir da tireóide, pulmões ou outros órgãos, mais exames serão necessários. Se o tipo de células observadas for consistente com cânceres de boca e de garganta, novos testes serão feitos para determinar a localização do tumor.

terça-feira, 17 de abril de 2012


Radioterapia que elimina tumor numa só sessão chega a Portugal 
 
Pode eliminar o cancro numa única sessão, mesmo com o tumorjá espalhado. É indolor e tem menos custos que a radioterapiaconvencional. O equipamento chega à Fundação Champalimaud em 2011 dezembro equipado com ferramentas que o tornam único no mundo.

Uma radioterapia que pode eliminar o cancro numa única sessão, mesmo com o tumor já espalhado,
disse o oncologista Carlo Greco. A taxa de sucesso nos tratamentos tem melhorado de ano para ano.

Disponível para tratamento no final do primeiro trimestre de 2012, permite tratar muitos dos casos de cancro com metástases, sobretudo os menos disseminados. Sistema absolutamente único em Portugal e, na Europa, há  poucos. 


Trata-se de uma radioterapia por imagem guiada, em que se faz TAC e tratamento em simultâneo. Exige elevado nível de precisão com  dose única aplicada no local adequado.

Testámos o equipamento e a técnica na Universidade de Pisa, em Itália. Funciona em qualquer tipo de cancro, mesmo num dos mais resistentes à quimio ou radioterapia, como o do rim, com uma taxa desucesso de 80% mesmo nos casos de cancro dos rins.

"É indolor, elimina a toxicidade e consegue-se fazer o tratamento em menos de um quarto do tempo do que as sessões convencionais de radioterapia, i.e., trata quatro vezes mais doentes que a radioterapia tradicional. 

Em 10 minutos consegue-se o mesmo do que com a cirurgia
,
permitindo ao doente ir para casa de seguida e sem risco de morte.
Oferecemos aos doentes metastáticos, mais do que esperança, uma realidade - sem dor e sem invasão".

Tratamento mais barato do que a radioterapia convencional

Vamos abrir as portas a todos, recebendo doentes de hospitais portugueses e também de qualquer país da Europa ou do mundo. Por agora, a Fundação só recebe doentes particulares, tendo já acordos com oito instituições com seguros de saúde. O custo para o sistema de saúde é muito mais baixo. 


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Cancro da laringe regista 600 novos casos por ano em Portugal




O cancro da laringe é um dos mais frequentes cancros da cabeça e do pescoço e, de acordo com o Registo Oncológico Nacional, em Portugal são diagnosticados cerca de 600 novos casos por ano, o que corresponde a uma percentagem de 2% de todos os tumores diagnosticados, sendo o terceiro país da Europa com maior incidência deste tipo de cancro, avança comunicado e imprensa.

No dia 16 de Abril assinala-se o Dia Mundial da Voz e o Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta deixa o alerta: uma rouquidão que persiste por mais de sete dias, desde que não associada a qualquer quadro infeccioso, pode ser sinal de uma doença nas cordas vocais.

A percentagem da população portuguesa que tem ou teve problemas vocais é elevada estimando-se que cerca de 10 a 20 % da população tenha ou já tenha tido perturbações da sua qualidade vocal.

O Dia Mundial da Voz tem como objectivo a sensibilização para a necessidade de estarmos atentos a alterações da qualidade vocal e aos cuidados a ter para a manter este “instrumento” de comunicação saudável. Na existência de alterações da voz, devem ser consultados profissionais de saúde como o otorrinolaringologista e o terapeuta da fala, habilitados para avaliar a situação, diagnosticar e estabelecer a intervenção terapêutica mais adequada.

Nesta mesma data, artistas nacionais como Aurea, Hands on Approach, UHF, OqueStrada, Flirt, Uxu Kalhus, Silvestre Fonseca e Martim Vicente (do programa “Ídolos) vão reunir-se numa gala de solidariedade que acontece na Academia Almadense, a partir das 21 horas.

O espectáculo surge no âmbito do projecto “Dar voz a quem não a tem”, uma iniciativa do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta, que conta com o apoio do Lions Clube Almada-Tejo e da Câmara Municipal de Almada. As receitas obtidas revertem a favor da Associação AlmaSã – Centro de Educação Especial de Almada (CEEA) - uma instituição que dá apoio a crianças e jovens deficientes com perturbações ao nível da Neuropediatria, Pedopsiquiatria e da Reabilitação pediátrica, nas diversas vertentes da assistência educativa, clínica, de reabilitação, social, cultural e de beneficência.

Segundo Luís Antunes, director do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta “ao longo dos vinte anos do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Garcia de Orta, temos verificado um crescimento considerável na frequência do cancro da laringe. Num estudo epidemiológico realizado neste Serviço em 2011, com uma amostra aleatória de 1000 doentes observados na consulta de otorrinolaringologia e acompanhados na consulta de Terapia da Fala, o cancro da laringe foi a patologia mais frequente no sexo masculino, onde comportamentos como o mau uso e abuso vocal bem como os hábitos tabágicos e alcoólicos revelaram ser atitudes de risco significativas para o desenvolvimento desta doença”.
O especialista realça também que “o cancro da laringe é uma patologia que induz grandes alterações na qualidade de vida não só do doente mas também da família. É necessário que as pessoas sejam responsáveis pela sua condição de saúde, que tenham um papel activo na sua manutenção e que procurem ajuda do profissional de saúde atempadamente para que possamos, em conjunto, diminuir a sua incidência”.

O diagnóstico precoce é a arma determinante na luta contra esta doença. Desta forma, torna-se imprescindível a valorização de uma sintomatologia variada e inespecífica que se pode apresentar sob a forma de rouquidão progressiva ou persistente, dificuldade em engolir, dor de garganta permanente ou dor a engolir, dificuldade em respirar, dores nos ouvidos entre outros. Todos estes sintomas mantidos no tempo por mais de uma semana devem ser alvo de estudo.

Sobre o Cancro da Cabeça e Pescoço



Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço define guidelines


O Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP) vai organizar o seu 2º Simpósio nos dias 11 e 12 de Maio de 2012, a decorrer no Porto. A reunião científica tem como objectivo discutir os carcinomas da hipofaringe, da nasofaringe e das metástases cervicais de tumores primários ocultos e emitir "guidelines" para o diagnóstico, tratamento e seguimento destes tumores.

“Durante a reunião vamos discutir a abordagem diagnóstica e terapêutica das metástases cervicais de tumores primários ocultos; o carcinoma da nasofaringe e o carcinoma da hipofaringe, tendo como finalidade consensualizar e emitir guidelines de tratamento deste tipo de tumores” explica Jorge Rosa Santos, Presidente do Grupo de Estudos do Cancro da Cabeça e Pescoço.

O Simpósio servirá ainda para lançar o desafio aos especialistas presentes no sentido de elaborar o primeiro estudo nacional a nível do cancro da cabeça e pescoço. “O GECCP propõe fazer o levantamento dos doentes que entre 2008 e 2009 foram submetidos a quimioterapia com cisplatina, concomitante com radioterapia, avaliando os doentes que conseguiram completar os 3 ciclos de quimioterapia de 21 em 21 dias”, refere o Presidente do GECCP.

É intenção do GECCP que este trabalho possa ser apresentado posteriormente, e permita o desenho de ensaios clínicos que possam testar outros esquemas terapêuticos mais adequados e melhor tolerados pelos doentes.

O Simpósio conta com a participação dos 100 membros do GECCP, das mais variadas especialidades que diagnosticam e tratam o cancro da cabeça e pescoço, nomeadamente oncologistas, radioterapeutas, otorrinolaringologistas, cirurgiões, médicos de medicina física e reabilitação, gastroenterologistas, cirurgiões maxilo-faciais e cirurgiões plásticos.

Sobre o Cancro da Cabeça e Pescoço

Em Portugal, os carcinomas da cabeça e pescoço são a quarta patologia com maior incidência em Portugal em indivíduos do sexo masculino, isto se agruparmos as diferentes localizações (laringe, faringe, cavidade oral e nasofaringe).

O cancro da cabeça e do pescoço é o sétimo cancro mais comum a nível mundial. Só na Europa, estima-se que existam cerca de 143.000 casos de cancro da cabeça e do pescoço, ocorrendo mais de 68.000 mortes em cada ano.

Estimativas para 2020 indicam que a incidência do cancro da cabeça e pescoço aumentará 30%, devido ao crescimento e envelhecimento da população mundial.

Primeiro poster em topless chama atenção para o cancro da mama




Combater o cancro da mama e alertar para os males que esta doença traz às mulheres e famílias moçambicanas foi um dos objectivos traçados pela DDB, em parceria com a Associação da Luta Contra o Cancro, na 7ª edição do Mozambique Fashion Week.

Desta vez, o slogan foi: “Toque para saber se é real, o cancro da mama é real” e a acção era tão simples quanto controversa: colocar uma mulher de pé dentro de uma caixa preta, com dois orifícios à altura do peito, o que permitia que os seios ficassem à vista de todos. A mensagem escrita fazia o resto: "Toque para saber se é real...".


Para além de uma simples mensagem, era um convite a todas as mulheres presentes para tocarem nos seios da modelo e perceberem que de facto eram reais, tal como o cancro da mama.

A resposta foi imediata. Entre risos, espantos e alguma vergonha, as mais corajosas lá iam tocando, recebendo em troca um folheto que completava a mensagem, explicando como se deve fazer o auto-exame, a única medida que pode detectar a existência de alguma anomalia nos seios.

No final da acção, o director criativo da DDB Moçambique, Zeca de Oliveira, ficou bastante contente com o resultado final: "Acho que acções como estas ajudam a gerar discussão. E, no final das contas, é disto que precisamos, ou seja, discutir sobre o cancro da mama, pois ele é um problema real".

Durante toda a semana de evento e antes do início de cada desfile, os presentes eram convidados a assistir um spot publicitário sobre o cancro da mama, uma doença que preocupa cada vez mais as famílias moçambicanas e o mundo inteiro.

Abuso de álcool pode causar cancro junto com tabaco


Abuso de álcool pode causar cancro da boca, laringe e esófago


O abuso de álcool causa doenças dentárias e cancro da boca. Afirmação é de investigadores do Reino Unido, que alertam para a importância da realização de rastreios e tratamento para o consumo excessivo de álcool. De acordo com o estudo, publicado no Royal College of Surgeon' s Dental Journal, o check-up de rotina configura-se como uma boa oportunidade para dentistas identificarem pacientes que consomem álcool em excesso, avança o portal USaúde.

O trabalho sugere que a realização de perguntas padrão sobre o consumo de álcool durante a consulta tem potencial para auxiliar pacientes a enfrentar problemas com a bebida. Os nvestigadores destacam que perguntar aos doentes sobre o consumo de álcool é um componente crucial para entender a saúde global dos mesmos.

"O consumo excessivo de álcool pode levar ao cancro da boca, laringe e esófago e os dentistas podem ser os primeiros a observarem essas condições. Portanto, precisamos de introduzir uma ferramenta capaz de detectar de forma efectiva o consumo nocivo de álcool aliada a um tratamento eficaz", diz o líder da pesquisa Jonathan Shepherd. Segundo o cientista, a equipa odontológica tem a responsabilidade de promover a saúde global e não apenas a saúde dental.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Desenvolvida vacina universal contra o cancro


Resultados preliminares estão a ser satisfatórios

Está a ser desenvolvida uma vacina universal contra o cancro. Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em colaboração com a famacêutica Vaxil Biotheraputics, estão a testar um fármaco que atinge uma molécula existente em 90 por cento de todos os cancros.

As células cancerígenas invadem o sistema imunitário, não sendo reconhecidas como ameaça ao corpo. Esta vacina tem a missão de encontrar essas células e destruí-las.

Os resultados preliminares têm sido animadores, segundo escreve o jornal «The Telegraph». A vacina tem vindo a obter uma resposta imune nos pacientes, reduzindo os níveis da doença. Os cientistas esperam agora realizar testes num maior número de pacientes de forma a provar a sua eficácia na maior variedade possível de cancros.

Segundo cita o jornal, os cientistas acreditam que esta vacina poderá ser usada para combater pequenos tumores malignos quando detectados cedo e ajudar a prevenir reincidências e metástases em pacientes que já foram submetidos a cirurgia.

Uma declaração da Vaxil Biotheraputics indica: ¿ImMucin gerou uma forte resposta e imunização específica em todos os pacientes após toma de apenas 2-4 doses da vacina num máximo de 12 doses possíveis. Em alguns pacientes, foram observados sinais preliminares de eficácia clínica».



Governo não paga quimioterapia oral

IPO do Porto corre risco de apresentar resultados negativos, porque gastou 7,5 milhões em quimioterapia oral e o ministério só prevê o reembolso de medicamento injetável

O IPO do Porto corre o risco de apresentar, pela primeira vez, resultados negativos. O hospital gastou 7,5 milhões de euros em quimioterapia oral, mas o Ministério da Saúde só prevê o reembolso em casos de quimioterapia injetável.

O tratamento oral, mais moderno e por isso mais caro, não está contratualizado. Daí o Ministério da Saúde só comparticipar quimioterapia injetável. O IPO do Porto defende, que, em muitos casos, os comprimidos além de mais cómodos são mais eficazes.

Cada sessão de quimioterapia injetável fica por 300 euros. Cada caixa de comprimidos custa entre 2 a 3 mil euros. Ainda assim, o IPO do Porto garante: é melhor acumular passivo do que abdicar da terapêutica oral.


quinta-feira, 5 de abril de 2012



Vírus humano melhora eficácia da quimioterapia contra cancro da cabeça e pescoço


A ocorrência natural de um vírus humano inofensivo pode ser capaz de melhorar os efeitos de duas drogas quimioterápicas usadas nalguns pacientes com cancro, de acordo com um estudo publicado pelo Institute of Cancer Research, no Reino Unido, avança o portal ISaúde.

RT3D, cujo nome comercial é Reolysin®, é um novo medicamento que se baseia num vírus (reovírus tipo 3 Dearing) que se encontra no trato respiratório e gastrointestinal dos adultos, sem causar quaisquer sintomas.

Os resultados mostram que a abordagem tem a capacidade de crescer dentro de certos tipos de células cancerosas e de matá-las, mas não atinge células normais.

Estudos anteriores mostraram que o fármaco pareceu ampliar os efeitos da quimioterapia com platina e taxano sobre as células tumorais.

O líder da pesquisa Kevin Harrington e seus colegas da Universidade de Leeds deram início a testes com injecção de RT3D por via intravenosa, em combinação com quimioterápicos carboplatina e paclitaxel em 31 pacientes com cancros avançados que tinham parado de responder ao tratamento padrão.

Numa fase inicial, o estudo realizado em pacientes com uma variedade de cancros avançados mostrou que a combinação de drogas era segura. Foram encontrados efeitos colaterais leves e consistentes com a quimioterapia sozinha.

Pacientes com cancro da cabeça e pescoço apresentaram as melhores respostas. Os tumores encolheram em cerca de um terço dos pacientes que foram avaliados, e a doença se estabilizou em outro terço dos pacientes. Num paciente, todos os sinais da doença desapareceram.

"Encontramos taxas de resposta realmente muito impressionantes nesses pacientes. Estes são pacientes cujos cancros eram desenvolvidos, apesar de uma grande quantidade de tratamento anterior, incluindo quimioterapia baseada em platina. O tratamento prolongou a sobrevivência média dos pacientes para uma média de sete meses em comparação com quatro meses no tratamento padrão", diz Harrington.

O estudo descobriu ainda que o vírus não se espalhou após o tratamento. Isso significa que as pessoas poderiam receber a droga em ambulatório, já que não foi encontrado nenhum risco de transmissão do vírus.

Veja o vídeo da notícia:
2