terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mais de 1,8 milhões de órfãos em "situação difícil" em Moçambique, alerta UNICEF



Em Moçambique existem mais de 1,8 milhões de órfãos, dos quais 600 mil cujos pais foram vítimas de VIH/SIDA, estima o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF), que considera "urgente" o apoio social aos menores.

O número de órfãos de Moçambique foi hoje avançado pela UNICEF durante a cerimónia de abertura do Seminário Nacional sobre Cuidados Alternativos, que decorre em Maputo durante os próximos 15 dias.
"A maior parte destas crianças vive em situação de vulnerabilidade. No país, 15 mil crianças vivem em 155 centros por tempo indeterminado. A maioria dos centros carece de condições mínimas de higiene e segurança", disse Jesper Morch, representante da UNICEF.
No seu discurso, a ministra da Mulher e Ação Social de Moçambique, Iolinda Cintura, afirmou que "nos últimos anos, vai aumentando, dia após dia, o número de crianças vivendo em situação difícil", devido a problemas de orfandade e pobreza.
"Para garantirmos assistência social às crianças, o Governo tem privilegiado o atendimento na família e na comunidade, deixando o atendimento institucional como última alternativa para as situações que não encontram acolhimento na família própria ou substituta", disse a ministra.
Nos últimos anos, o Ministério da Mulher e Ação Social (MMAS) moçambicano identificou mais de 31 mil crianças em situação de vulnerabilidade e encaminhou para famílias próprias ou substitutas cerca de 8.200.
"Ao nível de atendimento institucional, funcionam no nosso país 175 centros de acolhimento e infantários, albergando mais de 31.971 crianças em situação difícil", revelou Iolanda Cintura.
A ministra afirmou ainda que as crianças que estão em Centros de Acolhimento podem "ver o seu futuro comprometido".
"No Centro de Acolhimento, as crianças encontram um lar, um abrigo, mas não têm afeto, o carinho, e o convívio familiar, ambiente necessário e imprescindível para a sociabilização da criança", disse.
O Seminário Nacional Sobre Cuidados Alternativos tem como objetivo a uniformização de intervenções no âmbito da integração de crianças e é destinado a técnicos dos serviços sociais moçambicanos.
Lusa

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