sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ANATOMIA DA LARINGE

Laringe - anatomia
ESTRUTURA
A laringe tem a forma de um cone incompleto e apresenta dimensões variáveis, pois aumenta de tamanho durante a puberdade, sobretudo nos rapazes. No adulto, alcança um comprimento de 3,5 a 4,5 cm, um diâmetro transversal de cerca de 4 cm e um diâmetro anteroposterior de sensivelmente 2,5 a 3,5 cm.
É um órgão oco, cuja estrutura é constituída por cinco cartilagens articuladas entre si, fixas no seu sítio por vários músculos e ligamentos. Nesse sentido, destaca-se uma membrana que se mantém unida na parte superior da laringe ao hiólide, um osso em forma de ferradura situado na parte anterior do pescoço.
Na parte superior da laringe encontra-se a epiglote, uma lâmina cartilagínea móvel que, quando está em posição erecta, permite a passagem do ar pela via aérea, enquanto que no momento da deglutição se movimento de basculação, cobrindo a via aérea para impedir a entrada do alimento. Por baixo, encontra-se a cartilagem tiróide, composta por duas
lâminas quadrilaterais unidas na parte dianteira, rodeando a laringe sem chegarem a fechá-la por completo. Por baixo desta, encontra-se a cartilagem cricóide, que rodeia completamente a laringe, embora seja maior a frente que atrás. Na parte posterior desta estrutura, situadas lateralmente, encontram-se as duas pequenas cartilagens aritenóides, nas quais
estão inseridas as cordas vocais.
Existe uma série de músculos que une as diferentes estruturas da laringe entre si (músculos intrínsecos) ou o com elementos externos (músculos e extrínsecos), encarregues de deslocar as várias cartilagens de modo a  estreitar ou dilatar a entrada do canal do ar e também alterar a posição e o ou grau de tensão das cordas vocais, um ponto fundamental para a fonação.
CORDAS VOCAIS
O interior da laringe encontra-se revestido por uma membrana mucosa semelhante a que reveste os outros sectores das vias respiratórias, embora seja possível distinguir ao longo da sua superfície determinadas formações específicas. De facto, a meio do órgão, sobressaem dois pares de pregas ou rebordos, nos quais estão formadas duas cavidades denominadas ventrículos de Morgagni. As pregas superiores, constituídas por lâminas fibrosas, denominam-se bandas ventriculares ou "cordas vocais falsas", enquanto que as inferiores, formadas por tecido fibroeslástico e muscular, correspondem as cordas vocais. Na parte anterior, as cordas vocais unem-se entre si na cartilagem tiróide, enquanto que na parte posterior cada uma delas termina na correspondente cartilagem aritenóide. Desta forma, constitui-se entre ambas uma fenda em forma de V com o vértice virado para a frente
- a glote. Como as cartilagens aritenóides são móveis, as cordas vocais mantêm-se fixas na comissura anterior, mas podem juntar-se e separar
- se na parte posterior, o que provoca uma alteração na dimensão da abertura da glote. Durante a inspiração e também durante a expiração, quando não se está a falar, as cordas vocais permanecem relaxadas, mantendo-se dobradas até as paredes laríngeas; desta forma, ficam separadas por um espaço suficientemente amplo que permite a passagem do ar sem qualquer obstrução, o que as impossibilita de vibrar durante a expiração normal. Por outro lado, se ficam em tensão, por efeito da contracção dos músculos que controlam as cartilagens laríngeas, as cordas vocais aproximam-se da linha média, onde praticamente se unem e vibram ao longo da passagem do ar expirado, o que dá origem a formação de sons, de diferente tonalidade segundo o grau de tensão e a forma adoptada momentaneamente pelas cordas vocais.
FONAÇÃO
Os sons produzem-se pela vibração das cordas vocais durante a passagem do ar proveniente dos pulmões, sendo imediatamente articulados na boca para formar as palavras que constituem a linguagem falada.
Formação das correntes de ar. As correntes de ar que dão origem aos sons são provocadas pelas contracções dos músculos respiratórios, como o diafragma, que comprimem os pulmões e fazem com que estes actuem como uma gaita-de-foles. Na verdade, em condições de repouso, as expirações produzem-se de maneira passiva, graças a elasticidade das paredes torácicas; porém, ao falar, a expiração é mais ou menos activa ou forçada, o que permite regular a intensidade dos sons, dependendo da força da corrente de ar originada nos pulmões.
Formação dos sons. Os sons são formados ao longo da sua passagem pela laringe, quando a corrente de ar faz vibrar as cordas vocais, ganhando uma diferente tonalidade conforme a posição e o grau de tensão que estas adoptam nesse momento. Para produzir a voz, as cordas vocais aproximam-se da linha média e unem-se até serem separadas pela corrente de ar, o que provoca a sua vibração, a uma diferente frequência consoante a sua forma e estado de tensão. O som é mais agudo quanto mais tensas e delgadas estiverem as cordas vocais, sendo mais grave quanto menos tensas ou mais dilatadas estiverem, vibrando de uma forma relaxada.
A posição, a forma e a tensão das cordas depende do grau de contracção ou relaxamento dos diferentes músculos laríngeos. Esta musculatura encontra-se sob o controlo da vontade, mas uma criança necessita de uma longa aprendizagem para dominar a sua actividade.
Modulação da voz. Os sons produzidos na laringe são articulados pelas estruturas bucais: lábios, língua, bochechas... A pronunciação de cada letra depende da posição relativa adoptada pelos lábios, língua e dentes. Além disso, a qualidade dos sons depende dos espaços que actuam como caixa de ressonância, pois alguns são mais constantes, como os seios perinasais e outros mais variáveis, em especial graças a posição adoptada pelo véu palatino. A modulação da voz é mais activa e específica de pessoa para pessoa, de acordo com as características constitucionais do conjunto dos elementos participantes, pois apresenta um timbre próprio que nos permite distingui-la, embora os sons tenham o mesmo tom e a mesma intensidade que os produzidos por outras pessoas.
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2 comentários:

  1. INFORMAÇÕES ADICIONAIS

    Qualidades da voz [+]
    Tom, intensidade e timbre.

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  2. Como sabemos, o Laringectomizado não é um indivíduo sem voz, porque praticamente todos os Laringectomizados podem conseguir exprimir-se por uma voz de substituição, conseguida
    Pela aprendizagem da voz esofágica;
    Por comunicação através de ajuda vocal electrónica;
    Por técnicas cirúrgicas ou por colocação prévia de uma prótese vocal.

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