Agora comento eu:
"É uma vergonha que em Portugal, Presidente da República, Governo e Deputados da direita, PS, PSD e CDS não tenham a dignidade e patriotismo que tiveram outros, para defender quem os elegeu (apesar de ter sido por engano, acreditando nas promessas eleitorais), e sejam uns cobardes submissos às ordens da Troika. Exijam a renegociação da dívida a que nos obrigaram os bancos privados! É certamente por vergonha que retiraram o feriado da Independência Nacional".
Para ver o resto do artigo:
Continuação de Umberto Martins...
O problema de fundo do FMI é sua completa subordinação aos interesses das potências capitalistas (EUA e Europa, que controlam mais de 50% das cotas e do poder dentro da instituição) e da banca. O dinheiro que empresta não se destina a estimular o desenvolvimento dos países. Flui, de forma direta ou indireta, para o bolso dos credores, garantindo o pagamento das dívidas e contornando a necessidade da moratória.
Ciência e interesses de classe
Não faltam aqueles que argumentam que o mundo está mudando e o FMI também se recicla. Já não seria, por exemplo, tão fundamentalista e sectário na receita neoliberal, admitindo hoje iniciativas de governos que impõem limites ao fluxo de capitais especulativos. Todavia, basta voltar os olhos para o que está ocorrendo na Europa para perceber que os pacotes impostos aos países em dificuldade têm a mesma orientação e objetivos dos planos aplicados na América Latina em passado recente: garantir a continuidade do fluxo de lucros para os banqueiros através de ajustes ficais que se traduzem em arrocho dos salários, demissões em massa e o impiedoso desmantelamento do Estado de Bem Estar Social.
É provável que o velho continente esteja a caminho de uma década perdida, concretizando o vaticínio da tecnocrata francesa. A responsabilidade do FMI e da “troika”, que compõe ao lado do BCE e da cúpula da UE, não será pequena na determinação deste drama. Já é visível na Grécia (há quatro anos em recessão), Portugal , Irlanda e outros países submetidos a pacotes de resgate que preservam os interesses da banca ao preço de um retrocesso social provavelmente sem paralelo na história.
A economia política não é uma ciência neutra, seus postulados teóricos, prognósticos e receitas são fortemente influenciados pelos interesses de classe. Por esta razão Karl Marx já falava em economia política burguesa em oposição à economia política da classe trabalhadora. O que orienta a ação do FMI, como observou Stiglitz, não é a ciência econômica. São os interesses decadentes e antissociais da oligarquia financeira, hostis ao desenvolvimento da economia. Isto está no DNA da instituição criada em Breton Woods, é mal que vem do berço e não parece sujeito a reformas.
"É uma vergonha que em Portugal, Presidente da República, Governo e Deputados da direita, PS, PSD e CDS não tenham a dignidade e patriotismo que tiveram outros, para defender quem os elegeu (apesar de ter sido por engano, acreditando nas promessas eleitorais), e sejam uns cobardes submissos às ordens da Troika. Exijam a renegociação da dívida a que nos obrigaram os bancos privados! É certamente por vergonha que retiraram o feriado da Independência Nacional".
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Continuação de Umberto Martins...
O problema de fundo do FMI é sua completa subordinação aos interesses das potências capitalistas (EUA e Europa, que controlam mais de 50% das cotas e do poder dentro da instituição) e da banca. O dinheiro que empresta não se destina a estimular o desenvolvimento dos países. Flui, de forma direta ou indireta, para o bolso dos credores, garantindo o pagamento das dívidas e contornando a necessidade da moratória.
Ciência e interesses de classe
Não faltam aqueles que argumentam que o mundo está mudando e o FMI também se recicla. Já não seria, por exemplo, tão fundamentalista e sectário na receita neoliberal, admitindo hoje iniciativas de governos que impõem limites ao fluxo de capitais especulativos. Todavia, basta voltar os olhos para o que está ocorrendo na Europa para perceber que os pacotes impostos aos países em dificuldade têm a mesma orientação e objetivos dos planos aplicados na América Latina em passado recente: garantir a continuidade do fluxo de lucros para os banqueiros através de ajustes ficais que se traduzem em arrocho dos salários, demissões em massa e o impiedoso desmantelamento do Estado de Bem Estar Social.
É provável que o velho continente esteja a caminho de uma década perdida, concretizando o vaticínio da tecnocrata francesa. A responsabilidade do FMI e da “troika”, que compõe ao lado do BCE e da cúpula da UE, não será pequena na determinação deste drama. Já é visível na Grécia (há quatro anos em recessão), Portugal , Irlanda e outros países submetidos a pacotes de resgate que preservam os interesses da banca ao preço de um retrocesso social provavelmente sem paralelo na história.
A economia política não é uma ciência neutra, seus postulados teóricos, prognósticos e receitas são fortemente influenciados pelos interesses de classe. Por esta razão Karl Marx já falava em economia política burguesa em oposição à economia política da classe trabalhadora. O que orienta a ação do FMI, como observou Stiglitz, não é a ciência econômica. São os interesses decadentes e antissociais da oligarquia financeira, hostis ao desenvolvimento da economia. Isto está no DNA da instituição criada em Breton Woods, é mal que vem do berço e não parece sujeito a reformas.
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